quarta-feira, 17 de agosto de 2011

EFEITO DO HORMÔNIO 17 METILTESTOSTERONA EM BETTA SPLENDENS

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE PESCA E AQÜICULTURA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E
AQÜICULTURA
FERNANDO JUN-HO PEIXOTO KIM
EFEITOS DO HORMÔNIO 17  -METILTESTOSTERONA NA MASCULINIZAÇÃO DO
PEIXE Betta splendens REGAN, 1909.
Recife, PE
Novembro - 2007
2
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE PESCA E AQÜICULTURA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E
AQÜICULTURA
FERNANDO JUN-HO PEIXOTO KIM
EFEITOS DO HORMÔNIO 17  -METILTESTOSTERONA NA MASCULINIZAÇÃO DO
PEIXE Betta splendens REGAN, 1909.
Orientador: Prof. Dr. Athiê Jorge Guerra Santos
Recife, PE
Novembro – 2007
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e
Aqüicultura da Universidade Federal
Rural de Pernambuco, para obtenção título
de Mestre em Recursos Pesqueiros e
Aqüicultura.
3
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE PESCA E AQÜICULTURA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E AQÜICULTURA
EFEITOS DO HORMÔNIO 17  -METILTESTOSTERONA NA MASCULINIZAÇÃO DO
PEIXE Betta splendens REGAN, 1909.
Por: Fernando Jun-ho Peixoto Kim
Esta dissertação foi julgada para a obtenção do título de Mestre em Recursos
Pesqueiros e Aqüicultura e aprovada em __/___/______ pelo Programa de
Pós-Graduação
em Recursos Pesqueiros e Aqüicultura, em sua forma final.
___________________________________________
Prof. Dr. Paulo Travassos
Coordenador do Programa
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Prof. Dr. Athiê Jorge Guerra Santos - Orientador
Universidade Federal Rural de Pernambuco
______________________________________________
Prof . Dr. Valdir Luna - Membro externo
Universidade Federal de Pernambuco
______________________________________________
Profa. Dra. Maria do Carmo Figueredo Soares - Membro interno
Universidade Federal Rural de Pernambuco
______________________________________________
Prof. Dr. William Severi - Membro interno
Universidade Federal Rural de Pernambuco
______________________________________________
Prof. Dr. José Milton Barbosa – Membro interno (Suplente)
Universidade Federal Rural de Pernambuco
4
RESUMO
A biotecnologia tem se espalhado por todos os ramos da aqüicultura,
especialmente no
que se refere à reversão sexual e masculinização de peixes. O macho da
espécie Betta
splendens apresenta coloração vibrante em seu corpo e nadadeiras
maiores em relação as
fêmeas, características essas, procuradas pelos criadores ornamentais.
Estudos visando a
masculinização, bem como técnicas e protocolos para a reversão sexual
do beta através de
indução hormonal são de grande aplicabilidade na aqüicultura
ornamental. A reversão se deu
por um único banho de imersão com 500 μg/L do hormônio 17
 -metiltestosterona (MT)
durante 24 horas em peixes com 2, 4, 10, 30 de vida, inclusive em seus
ovos. Apesar da
proporção sexual fenotípica de 100% de machos, quanto mais jovens os
peixes submetidos ao
tratamento, maior sua mortalidade. Além do crescimento de todos os
peixes tratados ter sido
inferior significativamente ao controle. Na masculinização foram
utilizadas concentrações de
10, 30 e 60 mg/Kg de MT na ração em fêmeas adultas de beta. Ao final
de 90 dias, todas as
fêmeas tratadas apresentaram crescimento do corpo e nadadeiras
significativamente maiores
que as do controle, além de apresentarem características fenotípicas
masculinas, inclusive
quanto ao comportamento reprodutivo. O presente trabalho demonstrou
que ao invés da
reversão sexual, a masculinização de fêmeas adultas de beta pode ser
utilizada por produtores
que buscam aumentar os seus lucros.
Na aqüicultura os principais interesses para a produção de machos são
variados de
acordo com a espécie cultivada, estando relacionado com as
características ornamentais
(GEORGE e PANDIAN, 1995), maiores taxas de crescimento e controle da maturidade
sexual (HENDRY, et. al., 2003). Embora o sexo genotípico seja
estabelecido no momento da
fertilização do óvulo pelo espermatozóide, a diferenciação do sexo
fenotípico ocorre em
etapas posteriores do desenvolvimento (PANDIAN, et al., 1994).
A gonadogênese em peixes pode ser um processo muito complexo e maleável. Embora
a determinação sexual esteja sobre controle genético, a diferenciação
das gônadas em peixes
também depende de sinais endócrinos (ANDERSEN, et al., 2003).
Substâncias indutoras e
hormônios foram postuladas como controladoras da iniciação do
crescimento cortical no
momento de diferenciação, pois a gônada inicial possui caráter
bipotencial de formação dos
dois sexos (LOWE e LARKIN, 1975). A diferenciação sexual das gônadas é
bastante lábil
nos primeiros dias de vida e a inversão sexual1 pode ser facilmente
obtida através do
fornecimento de estrógenos ou andrógenos (PANDIAN e SHEELA, 1995).
A indução hormonal para a inversão sexual é possível em 47 espécies
(15 famílias) de
gonocoristas (34 espécies, 9 famílias) e hermafroditas, usando um dos
31 (16 andrógenos, 15
estrógenos) esteróides (PANDIAN e SHEELA, 1995). O controle sexual é tipicamente
realizado por exposição do peixe indiferenciado sexualmente a
esteróides exógenos. Esses
tratamentos podem durar dias, meses ou anos, e os resíduos de
esteróides desaparecem em
menos de um mês após o fim do tratamento (PIFERRER, 2001).
10
O hormônio esteróide 17  -metiltestosterona (MT) tem sido comumente usado em
estudos para masculinização2 e inversão sexual em camarões como o
gigante da Malásia,
Macrobrachium rosenbergii, (BAGHEL, LAKRA e RAO, 2004), peixes de corte como a
tilápia, Oreochromis niloticus, (ABUCAY e MAIR, 1997; WASSERMANN e AFONSO,
2003), Truta, Salmo gairdneri,(SCHMELZING e GALL, 1991) e peixes
ornamentais como o
guppy, Poecilia reticulata, (LOW, et. al., 1994; TURAN, et. al.,
2005), Molinésia preta,
Poecilia sphenops, (GEORGE e PANDIAN, 1998), Bluegill, Lepomis
macrochirus,(ARSLAN e PHELPS, 2003) e beta, Betta splendens, (KAVUMPURATH e
PANDIAN, 1993; KIRANKUMAR e JEGAJOTHIVEL, 2002).
O peixe de briga Betta splendens, pertence à família Osphronemidae,
nativo do sudeste
da Ásia onde habita águas rasas e com vegetação densa em plantações de
arroz (Fishbase.
2007). Segundo Jaroensutasinee e Jaroensutasinee (2001), o beta
selvagem é pequeno,
imperceptível e com cores que variam entre marrom e verde. Diferente
do beta selvagem, o
domesticado apresenta diversas variedades e cores, com porte maior e apreciado
comercialmente na aqüicultura ornamental (MILLS, 1997).
Estudos visando a masculinização e inversão sexual através de indução
hormonal, são
de grande aplicabilidade na aqüicultura ornamental. O presente
trabalho, portanto, investigou
o uso do hormônio (MT) na inversão sexual e masculinização de beta,
bem como técnicas e
protocolos que podem possibilitar aumento de lucros para os
piscicultores ornamentais de
todo o mundo.
________________
2O termo masculinização é usado para designar apenas as
características secundárias
masculinas e não a inversão sexual.
11
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1. AQÜICULTURA ORNAMENTAL
1.1. Histórico da aqüicultura ornamental
A vida aquática sempre fascinou o homem, que se aprofundou na arte do mergulho
para desvendar os segredos e participar, mesmo que por pouco tempo, da
harmonia das
inúmeras espécies que representam um espetáculo de cores. Mas, como
nem todos podem
gozar dos privilégios do mergulho, o homem criou a aquariofilia
(LOURENZI, 2003).
O cultivo de peixes ornamentais é uma prática antiga e o chinês Chang
Chi’En-Tê, que
em 1596 escreveu “O livro dos peixes vermelhos”, é tido como o pai da
aquariofilia.
Entretanto os maiores estudos feitos com peixes ornamentais devem-se a
William Innes e
foram realizados no início do século XX, Innes é por isso considerado
o maior aquariólogo
que o mundo já conheceu.
Além de desempenhar um importante papel na educação juvenil, servindo como
laboratório de ciências naturais, e na psicoterapia, onde atuam como
um tipo de calmante, a
aqüicultura ornamental é de grande importância comercial nos países
onde o comércio de
peixes, aquários e materiais correlatos é intensamente praticado
atingindo cifras de milhões de
dólares (BOTELHO e ARAUJO, 1984; VIDAL JR., 2002).
1.2. Aspecto comercial da aqüicultura ornamental
O comércio de peixes ornamentais no mundo propicia o sustento de milhões de
pessoas, tanto no mundo industrializado ocidental como também em
países tropicais em
desenvolvimento (LIMA, BERNARDINO e PROENÇA, 2001). Países que investiram no
12
desenvolvimento da piscicultura ornamental através de grandes
investimentos do governo em
projetos de extensão universitária, obtiveram êxito, pois repassavam a
tecnologia e manejo
adequado aos produtores.
Cingapura, na Ásia, exporta mais de 57 milhões de dólares em peixes
ornamentais para
a Europa e os Estados Unidos, o que representa cerca de 30% do
comércio mundial. Uma
parte significativa desta produção é formada por espécies nativas do
Brasil que tiveram,
infelizmente para nós, sua tecnologia de produção desenvolvida no
exterior (VIDAL JR.,
2002).
O Brasil integra o comércio mundial de peixes ornamentais movimentando
aproximadamente US$ 3 milhões vindos do cultivo e da captura em rios,
lagoas e oceanos
(LIMA, BERNARDINO e PROENÇA, 2001). Embora o maior criatório de peixes
ornamentais ainda seja o ambiente natural, a oferta desses peixes,
oriundos de piscicultores
particulares, já é bastante significativa no mercado nacional e
internacional, com sinalização
para maiores investimentos (SCOOT, 1991).
O número de agricultores brasileiros interessados em fazer nas suas
terras, o cultivo de
peixes ornamentais vem crescendo continuamente, já que os custos de
investimento são
relativamente pequenos e a procura desses peixes é grande, desta forma
o cultivo de peixes
ornamentais torna-se uma boa alternativa econômica.
2. O PEIXE Betta splendens
2.1. Biologia da espécie
13
O beta, conhecido como peixe de briga devido a grande agressividade
entre os machos,
pertence ao gênero Betta (Figura 3) da família Osphronemidae
(Fishbase. 2007) ou seja, são
peixes pulmonados. Ocorre na península da Malásia e Tailândia vivendo
em pântanos,
charcos tropicais e arrozais, que contêm grandes quantidades de
vegetação em decomposição.
Esses peixes suportam baixos índices de oxigênio dissolvido, pois apresentam um
mecanismo de respiração especial para utilização do ar atmosférico
(SCHIMDT-NIELSEN,
2002). O órgão responsável pelas trocas gasosas diretamente com o ar
atmosférico se chama
labirinto, formado quando o peixe está com aproximadamente 20 dias de
vida e permite que o
animal sobreviva em águas com baixo ou nenhum teor de oxigênio
dissolvido, facilitando seu
cultivo (VIDAL JR., 2004).
Esses peixes preferem temperaturas entre 25 e 30o C e pH de 6,6 a 7,2
podendo chegar
até os dois anos de vida e tamanhos que variam entre 4 a 10 cm
(Fishbase. 2007). São peixes
territoriais com característica agressivas, sobretudo entre os machos
que podem lutar até a
morte. Com outra espécie, porém, este peixe pode se tornar tímido e
dificilmente o agride. De
acordo com Damázio (1991), a anatomia e o dimorfismo sexual no peixe
beta se dá pelas
seguintes características:
• A espécie caracterizada por reprodução ovípara, apresenta a
nadadeira dorsal com I
acúleo e 8 a 9 raios e a anal, II - IV acúleos e 21 a 24 raios.
• A linha lateral é constituída de 30 à 32 escamas e o cuidado
parental é feito pelo
macho, que fica encarregado desde a formação do ninho reprodutivo até os três
primeiros dias de vida dos alevinos.
• Os machos possuem coloração mais vistosa e colorida com nadadeiras
maiores (Figura
1).
14
Figura 1. Machos adultos de Betta splendens.
• As fêmeas são menores e apresentam nadadeiras pequenas e quase sem coloração,
sendo mais evidente uma faixa transversal acentuada (Figura 2).
Figura 2. Fêmeas adultas de Betta splendens.
2.2. Classificação
Classe Osteichthyes
Subclasse Actinopterygii
Superordem Teleostei
Ordem Peciliformes
Subordem Anabantoidei
Família Osphronemidae
Subfamília Macropodinae
Gênero Betta
Espécie Betta splendens. Regan, 1909. (Fishbase. 2007)
15
Figura 3. Algumas espécies do gênero Betta. A) Betta akarensis B)
Betta fusca C) Betta
macrostoma D) Betta taeniata.
2.2. Importância econômica da espécie
Esses peixes apresentam excelentes valores comerciais sendo normalmente
comercializados em casal, onde o macho é quem determina o valor devido
aos aspectos
sexuais secundários, que pode variar de R$1,00 a 10,00/casal no atacado. Segundo
Nascimento (2003) um pequeno produtor de betas de Pernambuco chega a
produzir cinco mil
betas por mês, tendo um lucro mensal de R$ 3.000,00.
3. FISIOLOGIA DA DETERMINAÇÃO DO SEXO
Na aqüicultura os principais interesses para produção de machos são variados, de
acordo com a espécie cultivada, estando relacionado às características
ornamentais (GEORGE
e PANDIAN, 1995), maiores taxas de crescimento e controle da maturidade sexual
(HENDRY et. al., 2003).
16
As técnicas que visam à inversão sexual têm por objetivo o
aparecimento de caracteres
inerentes a um dos sexos, para a obtenção de fatores que otimizem a
produção: como atingir
um maior tamanho e peso, diminuição do tempo para atingir tamanho
comercial, proteção
contra o excesso de prolificidade, ou a obtenção de aspectos estéticos
mais valorizado
comercialmente, como é o caso da inversão sexual em peixes ornamentais (LEITE e
MENDES, 1999).
Embora o sexo genotípico seja estabelecido no momento da fertilização
do óvulo pelo
espermatozóide, a diferenciação do sexo fenotípico ocorre em etapas
posteriores do
desenvolvimento (TABATA, 2004). O sexo fisiológico dos peixes é determinado na
ontogênese por processo bioquímico controlado geneticamente e depende
do tipo primário de
gônada, ou seja, do sexo gonadal.
Os indivíduos são classificados em dois grupos quanto aos mecanismos
controladores
e determinantes do sexo: hermafroditas e gonocoristas. Neste trabalho
nos interessa os
gonocoristas, aqueles onde os testículos ou ovários são separados e
formam a gônada de um
peixe.
O gonocorismo pode ser diferenciado ou indiferenciado. Nos peixes gonocorísticos
indiferenciados as gônadas desenvolvem-se primeiro como estrutura
semelhante a dos
ovários, depois metade dos indivíduos desenvolve-se em machos e a
outra metade em fêmeas.
Nas espécies diferenciadas as gônadas desenvolvem-se diretamente em
ovários ou testículos
(YAMAZAKI, 1983).
17
Na maioria dos vertebrados, a diferenciação sexual começa com uma gônada
indiferente que consiste de um córtex e medula. Se a diferenciação
ocorrer na direção do
macho, há uma proliferação da medula e uma diminuição do córtex. Esse
não é o caso em
Betta splendens ou em teleósteos como um todo. Nesse peixe, um único
primórdio celular
cresce do epitélio peritoneal que corresponde unicamente ao córtex dos
outros vertebrados
(ARTZ, 1964).
Substâncias indutoras e hormônios foram postuladas como controladoras
da iniciação
do crescimento cortical no momento de diferenciação, pois a gônada
inicial possui caráter
bipotencial de formação dos dois sexos (LOWE e LARKIN, 1975). A
diferenciação sexual
das gônadas é bastante lábil nos primeiros dias de vida e a inversão
sexual pode ser facilmente
obtida através do fornecimento de estrógenos ou andrógenos na alimentação.
4. O HORMÔNIO NA INVERSÃO DE SEXO
Os esteróides mais usados atualmente para a inversão sexual em peixes
são o estrógeno
natural 17  -estradiol (E2) e o andrógeno sintético 17
 -metiltestosterona (MT) (PANDIAN e
SHEELA, 1995). Entretanto, como o MT é naturalmente convertido em E2
via aromatase
(BAROILLER, et. al., 1999).
Segundo Carvalho (1985) a indução à mudança de sexo em peixes com uso de
diferentes tipos de hormônios esteróides, vêm sendo pesquisada há
várias décadas. O
hormônio 17 alfa-metiltestosterona têm sido utilizado com excelentes
resultados no processo
da indução da reversão de sexo masculinizante em Tilapia áurea,
(GUERRERO III, 1975) e
em Sarotherodon niloticus, (TAYAMEN e SHELTON, 1978). Esses
pesquisadores, usando
18
doses de 30 ou 60 mg do hormônio 17 alfa-metiltestosterona por Kg de
ração, num período de
18 à 59 dias de tratamento, obtiveram linhagens com mais de 98% de
machos nessas espécies.
Nakamura e Iwahashi (1982), demonstraram a importância da idade das larvas (que
está relacionada com o tamanho) para o início do tratamento hormonal. Testando a
metiltestosterona entre 12h de nascidos até 10 dias de vida, durante
30 dias de tratamento, nas
doses de 50 e 100 mg/Kg de ração em larvas de Tilapia nilotica,
demonstrando que os
tratamentos iniciados entre 5 a 10 dias de vida continham indivíduos
machos, fêmeas e
intersexos e que os tratamentos iniciados com alevinos de 12h de
nascidos resultaram em
100% de indivíduos machos.
O hormônio masculinizante 17  -metiltestosterona, é usado freqüentemente em
pesquisas com peixes ornamentais, com o intuito de estimular o aparecimento das
características sexuais secundárias, já que estas características
darão o valor comercial do
peixe. Leite e Mendes (1999) testaram a viabilidade da inversão sexual
na criação de Guppy,
Poecilia reticulata e Arslan e Phelps (2003) observaram a
masculinização do peixe Bluegill
Lepomis macrochirus com o uso do hormônio 17 alfa-metiltestosterona,
sendo buscado nesses
peixes ornamentais as características secundárias masculinas.
A forma de inoculação do hormônio no peixe pode ser feita geralmente por duas
formas: a primeira e mais prática e feita através da mistura do
hormônio com a ração,
calculando a concentração pelo peso, sendo o hormônio absorvido no
trato digestório do
peixe. A segunda forma, que requer um pouco mais de trabalho, é a
imersão do peixe em água
contendo o hormônio, já que a substância será absorvida pelas brânquias.
19
De qualquer forma a concentração do hormônio, seja na ração ou na
água, é a chave
para a diferenciação do sexo nos peixes. Tabata (2004) afirma que para
a masculinização de
fêmeas de truta, doses de até 0,5 mg/Kg de hormônio na ração é eficaz
sendo fornecida
durante 60 dias. Cunha et. al. (2003), assim como Leite e Mendes
(1999) usaram doses de 20
mg/Kg em Guppy Poecilia reticulata por um período de 30 dias e
conseguiram a reversão de
100% dos peixes.
O tempo de duração do tratamento hormonal também influi bastante na
freqüência de
reversão. Shelton et al. (1981) afirmaram que a duração do tratamento
e a idade das larvas são
fatores mais críticos para o sucesso da inversão, além daqueles que
afetam diretamente o
crescimento (como a densidade e a temperatura).
20
Revista: Aquaculture Research
Titulo: Influência da idade do alevino na reversão sexual do Betta
splendens regan, 1909 por
imersão hormonal.
Title: Induction of masculinization in Siamese fighting fish by
hormonal immersion with
emphasis on labile period to sex reversal
Fernando Jun-ho Peixoto Kim1, Athiê Jorge Guerrea Santos2, Anita
Rademaker Valença,
George Nilson Mendes.
Institution: Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
Andress: Universidade Federal Rural de PernambucoR. Dom Manoel de
Medeiros, s/n - Dois
Irmãos 52171-900 - Recife/PE - F: (81) 3320.6011 E-mail:
reitoria@reitoria.ufrpe.br
Author: Fernando Jun-ho Peixoto Kim
Address: Rua: Romeu Jacobina, n°146, Ouro preto, Olinda – Pernambuco,
Brazil. CEP:
53370-800
Telephone: (55)81-3494-0104
e-mail address: Fernando_kim@hotmail.com
Suggested running title: Sex reversal of Betta splendens by 17
 -methiltestoterone hormonal
immersion, with special reference to labile period to sex reversal.
Indexing purposes: Betta splendens, Sex reversal, Testosterone,
hormonal immersion
21
RESUMO
Atualmente a biotecnologia tem se espalhado por todos os ramos da aqüicultura,
especialmente no que se refere às técnicas de reversão sexual. O macho
da espécie Betta
splendens apresenta coloração vibrante, corpo e nadadeiras maiores em
relação às fêmeas, o
que o torna tão procurado no comércio de peixes ornamentais. No
presente trabalho, foram
submetidos a imersão com 500 μg/L do hormônio 17  -metiltestosterona
(MT) durante 24h,
betas com 2, 4, 10, 30 dias pós eclosão e ovos, num total de 150
peixes por tratamento
inclusive o controle. Ao final do experimento os peixes em cada
tratamento foram separados,
pesados, medidos quanto ao comprimento total, determinados sexualmente
através dos
caracteres secundários externos e determinada a sobrevivência final.
Foi atingida uma
proporção de 100% de machos nos tratamentos hormonais, de acordo com
os caracteres
secundários fenotípicos. Os peixes tratados com hormônio apresentaram
baixo peso e
pequeno comprimento total. A sobrevivência foi considerada baixa para
os peixes tratados
com hormônio. O valor aproximado da idade inicial que poderia produzir
indivíduos machos
com maior peso e comprimento total seria de 19 dias de vida segundo os
modelos: Peso =
1.3389 + 0.0625*x-0.0016*x^2 R²= 67.38% e Comprimento total =
4.2647+0.1343*x-0.0035*x^2 R²= 40,50%
22
INTRODUÇÃO
Atualmente a biotecnologia tem se espalhado por todos os ramos da aqüicultura,
especialmente no que se refere a reprodução de peixes e manipulação de
suas proles. A
indução hormonal para a inversão sexual tem servido como uma valiosa
ferramenta para o
entendimento do processo de diferenciação sexual, bem como para a
produção de populações
monosexuais para a industria aquicultora (Pandian & Sheela, 1995).
A produção de proles monosexuais de peixes tem sido aplicada pela diferenciação
gonadal em alevinos por administração de esteróides exógenos (Arslan &
Phelps, 2003). Essa
administração de esteróides atualmente se faz na maioria dos casos por
inoculação do
hormônio na ração (George & Pandian, 1998; Hendry, Martin-Robichaud &
Benfey 2003;
Arslan & Phelps, 2003), banhos de imersão em água com hormônio
diluído(Andersen , et. al.
2003; Wassermann & Afonso 2003; Iwamatsu, et. al. 2006) e em alguns
casos por implantes
contendo doses hormonais (Benton & Berlinsky, 2006)
A busca na produção de proles mosexuais depende principalmente da
espécie de peixe
cultivada, devido aos atrativos comercias que ela oferece: podendo ser
pelo consumo da carne
ou apenas ornamentação em aquários. Muitas espécies de peixes
ornamentais exibem um
dimorfismo sexual e na maioria dos casos o macho possui coloração mais
evidente no corpo,
e tipicamente maior desenvolvimento nas nadadeiras, o que os tornam
mais preferidos sobre
as fêmeas pelos compradores (Piferrer, 2001).
O Betta splendens pertence a família Osphronemidae e são peixes territoriais com
característica agressivas, sobretudo entre os machos que podem lutar
até a morte. Mas, com
outra espécie este peixe pode se tornar tímido e dificilmente o agride
(Fishbase, 2007). Nas
variedades domésticas, o macho apresenta coloração vibrante e seu
corpo e nadadeiras são
maiores em relação as fêmeas, o que o torna tão procurado no comércio de peixes
ornamentais.
23
Pesquisas na tentativa de inversão sexual do Betta splendens foram feitas com
empenho por Kavumpurath & Pandian, 1993 e Kirankumar & Pandian 2002,
mas obtiveram
influência negativa dos tratamentos hormonais principalmente no
crescimento dos peixes. O
hormônio masculinizante 17  -metiltestosterona têm sido utilizado no
processo da indução a
inversão sexual em peixes ornamentais, mas no caso do beta, não se
atingiu ainda técnicas
para a produção de lotes 100% masculinos.
Estudos visando à inversão sexual através de indução hormonal, são de grande
aplicabilidade na aqüicultura ornamental. O presente trabalho,
portanto, investigou a
influência da idade inicial de tratamento do beta sobre a inversão,
com o uso do hormônio
(MT).
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Laboratório de Aqüicultura da UFPE. Os
tratamentos
hormonais consistiram de somente um banho por imersão durante 24h, com água na
concentração de 500 μg/L (Pandian & Sheela, 1995; Kirankumar &
Pandian, 2002) de 17
 -metiltestosterona (MT). A preparação da solução hormonal seguiu
metodologia descrita
por Kirankumar & Pandian (2002).
Para a reprodução do B. splendens, foi usada a técnica adaptada descrita por
Jaroensutasinee & Jaroensutasinee (2003). Os alevinos foram
alimentados ad libitum 2
vezes por dia com naúplios de artêmia. até 30 dias de vida e depois
com ração comercial.
O tratamento hormonal foi feito transferindo os alevinos para aquários
de 1L contendo
água com MT.
Cinco tratamentos, cada um de proles diferentes, foram utilizados, de
acordo com a idade
dos peixes: ovos fertilizados (0 dia de vida) larvas (2 dias de vida)
e pós-larvas com 4, 10 e
24
30 dias de vida pós-eclosão. Houve um grupo não tratado mantido como
controle. foram
usadas 3 réplicas e 150 peixes por tratamento, inclusive o controle.
Até o 30° dia de vida, os peixes foram mantidos em aquários de vidro
de 30x15x20 e
capacidade 9L sem aeração e nenhum filtro, com trocas parciais de água
a cada 2 dias.
Após o 30° dia os peixes foram transferidos para tanques de alvenaria
com capacidade de
3000L e cultivados até 140 dias de vida (Bustamante & Salas, 2002). Os
parâmetros
hidrológicos foram monitorados e medidos quanto à temperatura e concentrações de
amônia e pH.
Ao final do experimento, os peixes em cada tratamento foram separados,
pesados, medidos
quanto ao comprimento total, determinados sexualmente através dos
caracteres secundários
externos (Snekser, et. al.,2006) e determinada a sobrevivência final.
Para análise estatística dos dados e comparação das médias de peso e
comprimento foi
utilizado o teste não paramétrico KRUSKAL-WALLIS devido a não
normalidade dos dados,
e para a proporção sexual o teste de  2 ambos com   = 5%
(Calegari-Jacques, 2004).
RESULTADOS
Os parâmetros hidrológicos apresentaram-se estáveis e ideais para o
cultivo do beta
durante o tratamento hormonal com temperatura média de 28±1,5°C. Os machos do
tratamento controle foram significativamente maiores que os machos
revertidos de todos os
tratamentos hormonais quanto ao peso e ao comprimento total, ao final
de 140 dias de vida
(Tabela 1).
Todos os peixes tratados com hormônio apresentaram baixo peso e pequeno
comprimento total quando comparados aos machos do tratamento controle.
Apesar disso,
25
entre os tratamentos hormonais, os que obtiveram maior média de peso e
comprimento total
foram os peixes tratados por imersão aos 10° e 30° dia de vida (Tabela 1).
Tabela 01. Resultados da Sobrevivência e Médias de peso, comprimento
total, com seus
respectivos erros padrões, ao final dos tratamentos.
Início do tratamento em dias
Controle
(machos) 0 2 4 10 30
Peso (g)1 2.31±0.04a 1.3±0.02b 1.45±0.02b 1.64±0.01c 1.76±0.01d 1.76±0.01d
Comprimento total
(cm)1 6.47±0.07a 4.1±0.05b 4.66±0.03c 4.94±0.03d 5.12±0.04d 5.17±0.04d
Sobrevivência (%)2 73.3a 48b 50.7b 54.7b 58b 74a
Proporção de machos
(%)2 38.18a 100b 100b 100b 100b 100b
1- Letras diferentes diferem significativamente entre as médias de
cada parâmetro, segundo o teste
Kruskal-wallis,  =5%.
2- Letras diferentes diferem significativamente entre as proporções
observadas de cada parâmetro segundo
o teste de X2  =5%.
A sobrevivência foi significativamente menos para os peixes tratados
com hormônio com
exceção dos peixes com idade de 30 dias de vida, submetidos ao banho
hormonal. O gráfico
da Figura 1, mostra o aumento da sobrevivência em relação ao aumento
da idade inicial de
tratamento hormonal.
-5 0 5 10 15 20 25 30 35
Idade de iníco do tratameno em dias
48.0
50.7
54.7
58.0
74.0
Sobrevivência (%)
Sobrevivência = 49.4567+0.8286*x R²= 98.51%
Figura 1. Regressão linear da sobrevivência em relação a idade de inicio do
tratamento hormonal.
26
Foi atingida uma proporção de 100% de machos nos tratamentos
hormonais, de acordo
com os caracteres secundários fenotípicos apresentados pelos mesmos ao
final de 140 dias de
cultivo.
A regressão polinominal quadrática (Figura 2), demonstra a melhor
idade para inicio
do tratamento hormonal com a concentração usada nesse estudo. Através
do uso da derivação
mediante o modelo da regressão para o peso e comprimento total, a
melhor idade de inicio de
tratamento seria de aproximadamente 19 dias de vida.
-5 0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo de vida em dias
1.0
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
1.8
1.9
2.0
Peso (g)
3.0
3.2
3.4
3.6
3.8
4.0
4.2
4.4
4.6
4.8
5.0
5.2
5.4
5.6
5.8
6.0
6.2
Comprimento Total (cm)
Peso = 1.3389+0.0625*x-0.0016*x^2 R²= 67.38%
Comprimento total = 4.2647+0.1343*x-0.0035*x^2 R²= 40,50%
Peso
Comprimento total
Figura 2. Regressão polinominal quadrática do crescimento em relação ao
peso e comprimento total sobre a idade inicial de tratamento.
DISCUSSÃO
Em estudos de Kirankumar & Pandian (2002), Betas tratadas com doses de
500 a 1000
μg/L de hormônio MT com discretas imersões de 3h de duração no
segundo, quinto e oitavo
dia, apresentaram atrofiamento no seu crescimento. George & Pandian,
(1998) observaram
em Poecilia sphenops a diminuição do peso corporal em relação ao
aumento da concentração
de MT administrada através da ração.
27
Em nosso estudo, peixes tratados com 500 μg/L com um banho de 24h obtiveram
influencia negativa em seu crescimento quando comparados ao controle,
mas a atrofia foi
mais evidente nos tratamentos com peixe de 0 e 2 dias de vida.
O uso de esteróides na indução da masculinização é um processo mais
estressante que
a feminização, o que evidencia a alta mortalidade da prole ou seu
baixo crescimento (Pandian,
Sheela & Kavumpurath, 1994). Kirankumar & Pandian (2002) observaram
que o aumento da
dosagem de MT diminui a sobrevivência final em Betta splendens e Kim,
Nam & Jo (1997)
relataram que o aumento das dosagens de MT e o tempo de tratamento, diminuem a
sobrevivência em Misgurnus mizolepis. A idade inicial afetou a
sobrevivência nos betas
estudados, o que nos leva a crer que quanto mais novo o peixe
submetido ao tratamento
hormonal de imersão, menor será sua sobrevivência.
Em estudo de Andersen et. al. (2003); Wassermann & Afonso (2003) e Iwamatsu et.
al. (2006), o calculo da concentração hormonal é baseado no volume de
água e seu início e
duração segue a teoria que, o principio fundamental no controle sexual
em peixes é que o
tratamento precisa começar antes da diferenciação sexual das gônadas
(Yamamoto, 1969),
simplesmente porque com a não diferenciação, o caráter sexual
bipotêncial pode ser
explorado com o uso de terapia hormonal.
Kavumpurath & Pandian, (1993) administrando hormônio através da ração,
conseguiram a masculinização de indivíduos com 45 dias de vida. Apesar do uso de
concentração constante neste trabalho, as diferentes idades para
início do tratamento foram
postuladas como melhor forma de se achar o período de indiferenciação
gonadal. No presente
trabalho, todos os tratamentos hormonais apresentaram proles com 100%
de machos, o que
nos leva a crer que até o 30° dia de vida, as gônadas em Betta
splendens estejam ainda
indiferenciadas.
28
Fatores como o tipo de esteróide usado, sua dosagem, forma de
inoculação, o tempo
de começo e término do tratamento (Piferrer, 2001) e a temperatura
(Karayucel1, Ak &
Karayucel1, 2005), são fundamentais para a reversão sexual. A maioria
das técnicas não leva
em conta a biomassa do peixe tratado e seu estado de desenvolvimento
fisiológico interno. A
concentração de hormônio está diretamente ligada a idade inicial de
tratamento não só pelo
caráter gonadal indiferenciado, mas também pela biomassa apresentada
pelas larvas e póslarvas
e seu desenvolvimento fisiológico interno.
Por se tratar de um peixe de porte pequeno e ovulíparo, hormônios
esteróides podem
promover uma alta mortalidade e ou influenciar negativamente o
crescimento do beta quando
administrados a individuos com idades inferiores à 30 dias. O valor
aproximado da idade
inicial para o tratamento com 500 μg/L e banho de MT de 24h, que
poderia produzir
indivíduos machos com maior peso e comprimento total, seria de 19 dias
de vida. Contudo,
Lowe e Larkin (1975) evidenciaram o caráter bipotêncial das gônadas de
fêmeas de betas
adultas. Possivelmente a reversão sexual do beta poderia ser aplicada
em indivíduos mais
velhos, não usando banhos discretos, e sim uma administração continua
dos hormônios para
os peixes por mais tempo.
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Título: Efeito do hormônio 17  -metiltestosterona em fêmeas adultas de
Betta splendens
Regan, 1909.
Title: running title: Growth and reproductive behavior responses in
Siamese fighting fish
adult female treat with 17  -methiltestosterone.
Fernando Jun-ho Peixoto Kim1, Athiê Jorge Guerrea Santos2,
Institution: Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
Andress: Universidade Federal Rural de Pernambuco R. Dom Manoel de
Medeiros, s/n - Dois
Irmãos 52171-900 - Recife/PE - F: (81) 3320.6011 E-mail:
reitoria@reitoria.ufrpe.br
Author: Fernando Jun-ho Peixoto Kim
Address: Rua: Romeu Jacobina, n°146, Ouro preto, Olinda – Pernambuco,
Brazil. CEP:
53370-800
Telephone: (55)81-3494-0104
e-mail address: Fernando_kim@hotmail.com
Suggested title: Efects of 17  -methiltestosterone on adult female of
Siamese fighting fish.
Indexing purposes: Betta splendens, Hormonal masculinization, Growth,
methiltestosterone.
31
RESUMO
Os motivos para o controle sexual em peixes são diferenças de
crescimento entre os
sexos, controle de população e características ornamentais. O uso de
hormônios andrógenos e
seus efeitos em fêmeas de Betta splendens adultas ainda são desconhecidos. Três
concentrações de 17  -metiltestosterona (MT) foram usadas (10, 30 e 60mg/Kg),
administradas na alimentação de fêmeas durante 90 dias. Os parâmetros
analisados foram:
peso, comprimento total e comprimento das nadadeiras caudal, dorsal,
ventral e anal. Para a
análise comportamental foram foi observado o número de aberturas do
opérculo, mordidas,
perseguições e rabadas que os machos do tratamento controle e fêmeas
tratadas com
hormônio faziam sobre as fêmeas. Todos os tratamentos hormonais
apresentaram médias
iguais entre si e diferentes significativamente maiores para os
parâmetros observados de
crescimento, em relação ao controle. Não houve diferenças
significativas entre as
sobrevivências. A comparação entre as regressões demonstrou o melhor
crescimento para o
tratamento de 30mg/Kg. Quanto aos parâmetros comportamentais, a
abertura de opérculo e a
perseguição não apresentaram diferenças. Para os produtores de beta,
essa técnica pode ser
utilizada ao invés da reversão.
32
INTRODUÇÃO
No mundo, as técnicas de produção de proles monosexuais de peixes,
através do uso
de hormônios, é bastante difundida. Os motivos para o controle sexual
em peixes são
principalmente: diferenças de crescimento entre os sexos, controle de
população (Schmelzing
e Gall., 1991; Abucay e Mair,1997; Wassermann e Afonso 2003) e características
ornamentais (Low, et. al., 1994; Arlan e Phelps, 2003; Turan, Çek e Atik, 2005).
O controle sexual é tipicamente realizado por exposição do peixe indiferenciado
sexualmente a esteróides exógenos. Esses tratamentos duram dias, meses
ou anos, e os
resíduos de esteróides desaparecem em menos de um mês após o fim do
tratamento (Piferrer,
2001).
Em alguns casos, o uso de esteróides na indução da masculinização é um processo
mais estressante que a feminilização, o que evidencia a alta
mortalidade da prole ou seu baixo
crescimento (Pandian, Sheela e Kavumpurath, 1994). Para o peixe Betta
splendens, a prática
de técnicas de reversão sexual com uso de hormônios masculinizantes
obteve baixos
crescimentos, apesar de uma taxa de machos próxima de 100% (Pandian, Sheela e
Kavumpurath, 1994; Kirankumar e Pandian, 2002).
As características mais procuradas no beta são seu comportamento
pacífico com outras
espécies de peixes e sua coloração. Nas variedades domésticas, o macho
apresenta coloração
vibrante e seu corpo e nadadeiras são maiores em relação as fêmeas. O
uso do hormônio 17  -
33
metiltestosterona (MT), tem ação anabólica e androgênica em peixes,
porém, seus efeitos no
crescimento e comportamento reprodutivo, em fêmeas de betas adultas ainda são
desconhecidos.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada no Laboratório de Aqüicultura da Universidade
Federal de
Pernambuco de maio a julho de 2007. Os exemplares fêmeas de B.
splendens foram obtidos
através de criador comercial, com idade em torno de 140 dias de vida.
Para analisar os efeitos do hormônio 17  -metiltestosterona (MT) em fêmeas de B.
splendens, três concentrações foram usadas (10, 30 e 60 mg/Kg), administradas na
alimentação dos peixes durante 90 dias, Havendo também um grupo não
tratado mantido
como controle. Foi utilizada ração comercial, com PB=55%, usando
metodologia descrita
Hendry, Martin-Robichaud e Benfey (2003) para diluição do hormônio na ração.
Cada tratamento foi composto por 30 réplicas, cada réplica era composta de uma
fêmea, colocada separadamente em recipientes de plástico transparente
com uso útil de 1.5L,
para evitar brigas entre os peixes. A ração foi oferecida 3 vezes ao
dia (10h, 12h, 14h) ad
libitun e o fotoperíodo natural de (12C:12E). A cada 3 dias eram
feitas a limpeza e troca total
da água dos recipientes.
Realizou-se uma biometria inicial com a finalidade de homogeneizar os parâmetros
iniciais quanto as diferenças significativas entre os tratamentos.
Mais 3 biometrias realizadas
a cada 30 dias até o final do experimento, totalizando de quatro
biometrias. Os parâmetros
analisados para determinação do crescimento foram: peso, comprimento
total e comprimento
das nadadeiras caudal, dorsal, ventral e anal.
34
Para a análise comportamental reprodutiva foram selecionados 10
indivíduos de cada
tratamento hormonal, ao final dos 90 dias de tratamento, e colocados
separadamente em
aquários de vidro (30x15x20 e capacidade utilizada de 4L) sem aeração
e filtro, segundo
método descrito para reprodução da espécie por Jaroensutasinee e
Jaroensutasinee (2003).
Dez machos normais adultos foram usados como controle.
No mesmo dia, ao final da tarde, eram colocadas em cada aquário uma fêmea adulta
normal separada do macho (tratamento controle) e uma fêmea
masculinizada, separada da
fêmea normal (tratamentos hormonais). A fêmeas foram separadas por divisórias
transparentes, com finalidades de evitar brigas. Na manhã seguinte
eram retiradas as
divisórias e contados durante 15 minutos o número de aberturas do
opérculo, mordidas,
perseguições e rabadas que os machos normais e fêmeas masculinizadas,
faziam sobre as
fêmeas normais (Jaroensutasinee e Jaroensutasinee 2003). Levou-se em
conta também a
produção do ninho de bolhas e o sucesso na reprodução.
Para análise estatística dos dados foram utilizados os testes ANOVA
complementado
com teste de Tukey, ANCOVA e  2 para sobrevivência e proporções
observadas, todos com
= 5%. Para comparação do crescimento foi utilizada Regressão
polinominal quadrática.
RESULTADOS
Ao final de 90 dias de cultivo, todos os tratamentos hormonais
apresentaram médias
diferentes significativamente maiores em relação ao tratamento
controle, segundo o teste
ANOVA, para os parâmetros de peso, comprimento total e comprimento de todas as
nadadeiras (Tabela 1). Quanto a sobrevivência, não houve diferenças
significativas entre
todos os tratamentos de acordo com o teste de X2 (Tabela 1).
Tabela 1. Resultados da Sobrevivência e Médias de peso, comprimento
total e nadadeiras com
seus respectivos erros padrões, ao final dos tratamentos.
Comprimento das
35
Nadadeiras (cm)
Sobrevivência
(%)2 Peso (g)
Comprimento
Total (cm) Caudal Dorsal Ventral Anal
Controle 96.67a 1.72±0.04a1 5.03±0.04a 1.24±0.03a 1.02±0.04a
1.03±0.06a 1.07±0.04a
10mg/Kg 96.67a 2.32±0.06b 6.56±0.13b 2.55±0.06b 2.10±0.06b 1.75±0.04b 2.26±0.04b
30mg/Kg 96.67a 2.24±0.06b 6.48±0.10b 2.57±0.07b 2.08±0.07b 1.84±0.06b 2.23±0.06b
60mg/Kg 93.33a 2.23±0.05b 6.56±0.07b 2.5±0.06b 2.15±0.05b 1.73±0.08b 2.14±0.05b
1- Letras diferentes diferem significativamente entre as médias de
cada parâmetro segundo ANOVA,
complementado com teste de Tukey  =5%.
2-Letras iguais não diferem significativamente entre as sobrevivências
segundo o teste de X2  =5%.
As quatro biometrias foram usadas para a construção de regressões de
crescimento de
peso e comprimento total para todos os tratamentos. A comparação entre
as regressões duas a
duas(MENDES, 1999) foi feita a fim de evidenciar a que demonstrou o
melhor crescimento,
sendo a curva do tratamento de 30mg/Kg a que obteve melhores
crescimentos de peso e
comprimento total (Figura 1).
-20 0 20 40 60 80 100
Tempo em Dias
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
2.2
2.4
2.6
2.8
3.0
Peso (g)
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
6.5
7.0
7.5
Comprimento Total (cm)
Peso = 1.5187+0.0152*x-5.948E-5*x^2 R²= 63,73%
Comprimento total = 4.7335+0.0346*x-0.0001*x^2 R²= 81,20%
Peso
Comprimento total
Figura 1. Regressões polinominais quadrática do crescimento em relação ao peso e
comprimento total do tratamento 30mg/Kg.
A curva da regressão polinominal quadrática da Figura 2, demonstra a melhor
concentração de hormônio para se atingir maiores médias de peso e
comprimento total. De
36
acordo com o calculo de derivação do modelo estatístico, a melhor
concentração de hormônio
na ração para ambos os parâmetros, seria de aproximadamente 32 mg/Kg.
-10 0 10 20 30 40 50 60 70
Concentração de MT (mg/Kg)
1.4
1.6
1.8
2.0
2.2
2.4
2.6
2.8
3.0
3.2
Peso (g)
4.6
4.8
5.0
5.2
5.4
5.6
5.8
6.0
6.2
6.4
6.6
6.8
7.0
7.2
7.4
7.6
Comprimento Total (cm)
Peso = 1.9271+0.0341*x-0.0005*x^2 R²= 39.28%
Comprimento Total = 5.4127+0.0972*x-0.0015*x^2 R²= 61.18%
Peso
Comprimento Total
Figura 2. Regressão polinomial quadrática, para peso e comprimento
total em relação a
concentração de MT.
Quanto aos parâmetros comportamentais analisados, a abertura de opérculo e a
perseguição, não apresentaram diferenças significativas entre todos os
tratamentos segundo a
ANOVA. Para mordidas o único tratamento diferente do controle foi o de
30mg/Kg e para a
rabada, somente o tratamento de 60mg/Kg foi significativamente igual
ao controle (Tabela 2).
A produção de ninho de bolhas não foi diferente significativamente
entre o controle e
o tratamento de 10mg/Kg e o sucesso na reprodução só foi atingido no
tratamento controle,
com a desova de 5 proles (Tabela 2), todos segundo o teste X2.
Tabela 2. Médias dos parâmetros comportamentais analisados e seus
respectivos erros
padrões.
Abertura do
Opérculo Mordida Rabada Perseguição
Produção
de Ninho2
Sucesso na
Reprodução2
Controle 20.9 ±1.20ª1 7.3 ±0.82ª 6.3 ±0.92ª 13.8 ±2.10ª 10ª 5a
10mg/Kg 21.9 ±3.91ª 3.3 ±0.90ab 2.7 ±0.79b 12.7 ±2.59ª 9ab 0b
30mg/Kg 19.1 ±2.61ª 3 ±0.98b 2 ±0.65b 11.3 ±2.33ª 4c 0b
60mg/Kg 23.9 ±4.97ª 5 ±1.58ab 3.3 ±1.10ab 13 ±3.93ª 7bc 0b
1- Letras diferentes diferem significativamente entre as médias de
cada parâmetro segundo ANOVA,
complementado com teste de Tukey  =5%.
37
2- Letras diferentes diferem significativamente entre as proporções
observadas de cada parâmetro segundo o
teste de X2  =5%.
Quanto aos parâmetros comportamentais observados, não houve diferenças
significativas para a rabada e perseguição, somente o tratamento de
10mg/Kg foi igual
significativamente ao controle para as mordidas e nenhum tratamento
hormonal foi igual ao
controle para a abertura de opérculo (Tabela 3).
Tabela 3. Coeficientes de variação para os parâmetros comportamentais.
Abertura do
Opérculo Mordida Rabada Perseguição
Controle 18.11%a1 35.4%a 46.16%a 48.16%a
10mg/Kg 56.52%b 85.77%ab 92.47%a 64.4%a
30mg/Kg 43.21%b 103.04%b 102.74%a 65.17%a
60mg/Kg 65.7%b 100.22%b 105.02%a 95.53%a
1- Letras diferentes diferem significativamente entre as covariâncias
de cada parâmetro segundo ANCOVA
 =5%.
DISCUSSÃO
Pesquisas com o peixe Betta splendens tem demonstrado os efeitos do
hormônio metiltestosterona
(MT) na produção de proles monossexuais masculinas, que em geral atingem
taxas de reversão próximas a 100%, mas com influências negativas no
crescimento e
sobrevivência dos indivíduos (Kavumpurath e Pandian 1993; Kirankumar e
Pandian 2002). A
masculinização de fêmeas adultas no presente estudo demonstrou um alto
grau de influência
nas características sexuais secundárias, bom crescimento e baixa mortalidade.
Sabe-se que o hormônio testosterona pode aumentar o crescimento na maioria dos
vertebrados, mas retarda o crescimento em outras (Cox e John-Alder
2005). Os parâmetros
aqui observados tais como peso, comprimento total e comprimento das
nadadeiras das fêmeas
tratadas com o MT apresentaram-se maiores que as fêmeas do controle.
O anabolismo que a testosterona propicia é o estado diferenciado de acúmulo de
nitrogênio, que pode estar associado a produção de proteínas (Kuhn
2002). Certamente, os
efeitos androgênicos do hormônio MT possibilitaram um aumento do SSD
(Sexual Size
38
Dimorphism) das fêmeas adultas tratadas, deixando as com fenótipos
secundários masculinos
bastante expressivos.
Altas doses de MT, porém, podem comprometer o crescimento e sobrevivência de
peixes (Pandian, Sheela e Kavumpurath 1994; Pandian e Sheela 1995;
Kirankumar e Pandian
2002). As regressões polinominais demonstraram que os melhores resultados em
masculinização fenotípica em fêmeas adultas de beta podem ser
alcançados com doses entre
30 e 32 mg/kg do MT.
Aspectos comportamentais na reprodução (Jaroensutasinee e Jaroensutasinee 2001;
Jaroensutasinee e Jaroensutasinee 2003; Snekser, McRobert e Clotfelter
2006) e da
agressividade (Halperin et. al. 1998; Higa e Simm 2004; Verbeek,
Iwamoto e Murakami
2007) foram amplamente estudados. Com base nesses estudos, o presente
experimento
demonstrou que fêmeas adultas tratadas com MT apresentaram aspectos
comportamentais
reprodutivos de machos.
Observou-se uma maior heterogeneidade nos parâmetros comportamentais analisados
para as fêmeas tratadas com MT, quando comparadas a machos normais
durante o período
reprodutivo. Não houve, porém, o sucesso do ato reprodutivo e desova das fêmeas
masculinizadas, provavelmente devido a uma não-mudança morfológicas de
suas gônadas.
Poucos são os trabalhos científicos sobre a influência de esteróides sexuais na
expressão fenotípica de vertebrados. Em seres humanos, a tentativa de
indução das
características sexuais trans-gêneros em transexuais com o uso de
hormônios, geralmente
homens e mulheres normais em idade adulta, biologicamente
diferenciados, é incompleta
(Assheman e Gooren 1992).
A alta labilidade gonadal apresentada pelo beta (Lowe, Larkin 1975),
provavelmente
não se assemelhou a de peixes, que por influencia ambiental, mediada
por inputs fisiológicos,
controlam a mudança de sexo em indivíduos adultos (Benton e Berlinsky 2006).
39
O presente trabalho demonstrou que, a masculinização fenotípica de
fêmeas adultas
por meio do andrógeno 17 -metiltestosterona foi bastante eficiente no
peixe beta, ao contrário
das reversões sexuais tradicionais por inclusão do hormônio na ração
ou por imersão na água.
As fêmeas masculinizadas apresentaram fenótipos e comportamentos masculinos,
deixando-as mais atraentes e conseqüentemente mais valorizadas no
comércio de peixes
ornamentais. Produtores ligados ao ramo da piscicultura ornamental,
que buscam aumentar os
seus lucros, podem usar facilmente esta técnica de masculinização
fenotípica do beta descrita
no presente trabalho.
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41
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A técnicas de inversão sexual e masculinização utilizando o hormônio 17  -
metiltestosterona, são utilizadas para peixes de corte em todo o
mundo. As mesmas técnicas
podem ser aplicadas na aqüicultura ornamental, com o intuito de
melhorar as características
fenotípicas dos peixes e assim possibilitar um aumento nos lucros dos
produtores. A inversão
sexual do beta foi possível, apesar do hormônio ter interferido no
crescimento dos mesmos, o
que pode ser mito proveitoso do ponto de vista fisiológico, mas não
comercial devido a
mortalidade e baixo crescimento. A continuidade na segunda pesquisa
procurou uma forma de
masculinizar fêmeas adultas ao ponto que não se diferenciassem as
mesmas de um macho
normal. Isso foi atingido, dando de certa forma um respaldo para os
produtores, que podem
usar essa técnica em suas proles de fêmeas.
42
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45
ANEXOS
Aquaculture Research
TopAuthorGuidelines
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a footnote)
the name, address, telephone and fax numbers, and e-mail address of
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correspondence and proofs should be sent
a suggested running title of not more than 50 characters, including spaces
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Introduction, (3)
Materials and Methods, (4) Results, (5) Discussion, (6)
Acknowledgments, (7) References,
(8) Figure legends, (9) Tables, (10) Figures.
The Results and Discussion sections may be combined and may contain
subheadings. The
Materials and Methods section should be sufficiently detailed to
enable the experiments to be
reproduced. Trade names should be capitalized and the manufacturer's
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All pages must be numbered consecutively from the title page, and include the
acknowledgments, references and figure legends, which should be
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figures in the text should
be indicated in the left-hand margin.
Units and spellings. Systeme International (SI) units should be used.
The salinity of sea
water should be given as gL-1. Use the form gmL-1 not g/ml. Avoid the
use of g per 100 g,
for example in food composition, use g kg-1. If other units are used,
these should be defined
on first appearance in terms of SI units, e.g. mmHg. Spelling should
conform to that used
in the Concise Oxford Dictionary published by Oxford University Press.
Abbreviations of
chemical and other names should be defined when first mentioned in the
text unless they are
commonly used and internationally known and accepted.
46
Scientific names and statistics. Complete scientific names, including
the authority with
correct taxonomic disposition, should be given when organisms are
first mentioned in the
text and in tables, figures and key words together with authorities in
brackets, e.g. 'rainbow
trout, Oncoryhnchus mykiss (Walbaum)' but 'Atlantic salmon Salmo salar
L.' without
brackets. For further information see American Fisheries Society
Special Publication No. 20,
A List of Common and Scientific Names of Fishes from the United States
and Canada.
Carry out and describe all appropriate statistical analyses.
References (Harvard style). References should be cited in the text by
author and date, e.g.
Lie & Hemre (1990). Joint authors should be referred to in full at the
first mention and
thereafter by et al. if there are more than two, e.g. Hemre et al. (1990).
More than one paper from the same author(s) in the same year must be
identified by the letters
a, b, c, etc. placed after the year of publication. Listings of
references in the text should be
chronological. At the end of the paper, references should be listed
alphabetically according to
the first named author. The full titles of papers, chapters and books
should be given, with the
first and last page numbers.
Chapman D.W. (1971) Production. In: Methods of the Assessment of Fish
Production in
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Publications Ltd, Oxford.
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Authors are responsible for the accuracy of their references.
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