sexta-feira, 19 de agosto de 2011

CRIANDO DE FORMA TAILANDESA

Os métodos comumente usados por grandes criadores orientais foram retirados do que nós estamos acostumados a ver nos EUA. Todavia, pode-se argumentar que os melhores bettas do mundo são produzidos lá. Devido à origem dos bettas ter ocorrido na Ásia (ainda são encontrados na forma selvagem na Tailândia, Cambodia e áreas vizinhas), os criadores não precisam adaptar muito para reproduzí-los e levá-los à maturidade. Muitos criadores derramam os alevinos dos recipientes em que eles nasceram para reservatórios rasos e os esquecem até eles ficarem grandes demais para o recipiente. As condições ideais para fazer os bettas crescerem são providenciar o clima ideal e comida, iniciando com daphnia, larva de mosquito e outros pequenos invertebrados. Os alevinos nadam, crescem e se alimentam de acordo com a comida oferecida.

A maioria dos criadores entrevistados para a confecção deste artigo usaram recipientes para desova que absolutamente chocariam os "puristas" na América que afirmam que bettas só conseguem desovar com sucesso em tanques espessamente plantados de 10 galões, com uma coluna d'água de até 5 polegadas. Os recipientes são normalmente apenas pequenas tigelas e não necessariamente limpos. Alguma coisa que possa segurar água é suficiente. Atison Phumchoosri, de Bankok, usa tigelas de aproximadamente 12 polegadas de diâmetro e aproximadamente 3 polegadas e meia de profundidade. "Eu coloco o casal reprodutor dentro do recipiente com minhas mãos, evitando água de garrafas, porque eu quero a água da desova sem detritos das antigas garrafas." Ele tampa a tigela com um pedaço de papelão e então a natureza toma seu curso. Ele relata que desovas geralmente ocorrem em poucas horas.

Wasan Sattayapun (também de Bangkok) usa uma tigela de cerâmica como um recipiente para reprodução e declara que ajuda a manter a temperatura constante para os alevinos. Ele mantém o casal junto por 4 dias, incomodando-os apenas para checar os ovos. Se nenhum ovo é encontrado até o 4º dia, ele considera a desova perdida e retira ambos os peixes para recipientes separados.

Dessa maneira, o casal é nitidamente deixado sozinho para fazer o trabalho, sem distrações, e eles obviamente, trabalham muito. Um criador vai checar, periodicamente, o progresso e assim que fica evidente que a desova ocorreu (geralmente através da observação dos ovos no ninho), a fêmea é removida e o macho é deixado para "cuidar do ninho". Ele tem permissão para cumprir suas obrigações até os filhotes estarem nadando livres, então o pai é removido com a mão e os filhotes são alimentados imediatamente.

O casal reprodutor é escolhido por causa da sua saúde e vitalidade e bettas que possuem saúde questionável são rejeitados. Uma das primeiras coisas que os criadores asiáticos observam para selecionar o casal é o ninho de bolhas no aquário de macho e as cores brilhantes da fêmea. Eles são alimentados muito bem, prevendo a desova, com alimentos ricos e de alta-qualidade. Então, eles ficam em ótimo estado e capazes de enfrentar os rigores da corte e também de sobreviver ao período de jejum.

A primeira comida para os alevinos varia de pessoa para pessoa, mas muitos deles compartilham uma opinião comum - a grande maioria usa gema de ovo bem cozido amassada dentro d'água e alimentam com poucas gotas de cada vez ou esfarelam diretamente dentro do tanque duas vezes ao dia. Os alevinos crescem rapidamente com essa dieta rica em proteínas e até o menor filhote pode engolir as minúsculas partículas da gema de ovo que foi dissolvida na água.

Criadores também afirmam usar artêmia recém-eclodida (baby brine shimp), infusórios e rotíferos. Quando os alevinos são colocados em reservatórios externos para finalizar o crescimento, alguns criadores interrompem a alimentação para todos, forçando-os a sobreviver por conta própria, para terem um melhor preparo físico. Os alevinos mais fortes perseguem os mais fracos e eles eventualmente morrem.

Deve ser reconhecido que nas áreas em que os criadores trabalham, os fatores externos como temperatura e qualidade da água são raramente considerados. Criadores americanos certamente podem e criam os seus alevinos em tanques externos de uma maneira semelhantemente eficaz, mas devido aos nossos (dos americanos) climas mais frios isso não pode ser feito o ano inteiro. Diferenças de temperamento e intensidadade de cor tem sido noticiadas entre bettas criados externamente e outros criados em aquários.

Especiais agradecimentos a Atison Phumchoosri e Wasan Sattayapun por terem ajudado a escrever esse artigo .

Victoria Parnell

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