sexta-feira, 19 de agosto de 2011

MINHAS CRIAÇÕES NA COZINHA






CRIANDO DE FORMA TAILANDESA

Os métodos comumente usados por grandes criadores orientais foram retirados do que nós estamos acostumados a ver nos EUA. Todavia, pode-se argumentar que os melhores bettas do mundo são produzidos lá. Devido à origem dos bettas ter ocorrido na Ásia (ainda são encontrados na forma selvagem na Tailândia, Cambodia e áreas vizinhas), os criadores não precisam adaptar muito para reproduzí-los e levá-los à maturidade. Muitos criadores derramam os alevinos dos recipientes em que eles nasceram para reservatórios rasos e os esquecem até eles ficarem grandes demais para o recipiente. As condições ideais para fazer os bettas crescerem são providenciar o clima ideal e comida, iniciando com daphnia, larva de mosquito e outros pequenos invertebrados. Os alevinos nadam, crescem e se alimentam de acordo com a comida oferecida.

A maioria dos criadores entrevistados para a confecção deste artigo usaram recipientes para desova que absolutamente chocariam os "puristas" na América que afirmam que bettas só conseguem desovar com sucesso em tanques espessamente plantados de 10 galões, com uma coluna d'água de até 5 polegadas. Os recipientes são normalmente apenas pequenas tigelas e não necessariamente limpos. Alguma coisa que possa segurar água é suficiente. Atison Phumchoosri, de Bankok, usa tigelas de aproximadamente 12 polegadas de diâmetro e aproximadamente 3 polegadas e meia de profundidade. "Eu coloco o casal reprodutor dentro do recipiente com minhas mãos, evitando água de garrafas, porque eu quero a água da desova sem detritos das antigas garrafas." Ele tampa a tigela com um pedaço de papelão e então a natureza toma seu curso. Ele relata que desovas geralmente ocorrem em poucas horas.

Wasan Sattayapun (também de Bangkok) usa uma tigela de cerâmica como um recipiente para reprodução e declara que ajuda a manter a temperatura constante para os alevinos. Ele mantém o casal junto por 4 dias, incomodando-os apenas para checar os ovos. Se nenhum ovo é encontrado até o 4º dia, ele considera a desova perdida e retira ambos os peixes para recipientes separados.

Dessa maneira, o casal é nitidamente deixado sozinho para fazer o trabalho, sem distrações, e eles obviamente, trabalham muito. Um criador vai checar, periodicamente, o progresso e assim que fica evidente que a desova ocorreu (geralmente através da observação dos ovos no ninho), a fêmea é removida e o macho é deixado para "cuidar do ninho". Ele tem permissão para cumprir suas obrigações até os filhotes estarem nadando livres, então o pai é removido com a mão e os filhotes são alimentados imediatamente.

O casal reprodutor é escolhido por causa da sua saúde e vitalidade e bettas que possuem saúde questionável são rejeitados. Uma das primeiras coisas que os criadores asiáticos observam para selecionar o casal é o ninho de bolhas no aquário de macho e as cores brilhantes da fêmea. Eles são alimentados muito bem, prevendo a desova, com alimentos ricos e de alta-qualidade. Então, eles ficam em ótimo estado e capazes de enfrentar os rigores da corte e também de sobreviver ao período de jejum.

A primeira comida para os alevinos varia de pessoa para pessoa, mas muitos deles compartilham uma opinião comum - a grande maioria usa gema de ovo bem cozido amassada dentro d'água e alimentam com poucas gotas de cada vez ou esfarelam diretamente dentro do tanque duas vezes ao dia. Os alevinos crescem rapidamente com essa dieta rica em proteínas e até o menor filhote pode engolir as minúsculas partículas da gema de ovo que foi dissolvida na água.

Criadores também afirmam usar artêmia recém-eclodida (baby brine shimp), infusórios e rotíferos. Quando os alevinos são colocados em reservatórios externos para finalizar o crescimento, alguns criadores interrompem a alimentação para todos, forçando-os a sobreviver por conta própria, para terem um melhor preparo físico. Os alevinos mais fortes perseguem os mais fracos e eles eventualmente morrem.

Deve ser reconhecido que nas áreas em que os criadores trabalham, os fatores externos como temperatura e qualidade da água são raramente considerados. Criadores americanos certamente podem e criam os seus alevinos em tanques externos de uma maneira semelhantemente eficaz, mas devido aos nossos (dos americanos) climas mais frios isso não pode ser feito o ano inteiro. Diferenças de temperamento e intensidadade de cor tem sido noticiadas entre bettas criados externamente e outros criados em aquários.

Especiais agradecimentos a Atison Phumchoosri e Wasan Sattayapun por terem ajudado a escrever esse artigo .

Victoria Parnell

ALGUMAS DAS MÁQUINAS QUE JÁ PASSARAM PELAS MINHAS MÃOS(Parte III)






ALGUMAS DAS MÁQUINAS QUE JÁ PASSARAM PELAS MINHAS MÃOS(Parte II)






ALGUMAS DAS MÁQUINAS QUE JÁ PASSARAM PELAS MINHAS MÃOS






quinta-feira, 18 de agosto de 2011

ÁGUA RECURSO FINITO

Saudações a todos;
O motivo deste,é que muitas vezes me indagam sobre as tão faladas trocas de água,crescimento de alevinos,etc.

A água,infelizmente é um recurso finito.
Cerca de 92,55 % da água de todo o Planeta,não é potável.
Talvez as chuvas,com suas consequências(enchentes)tenham incurtido erroneamente na cabeça de nós Paulisas( e por que não dizer Brasileiros) a falsa sensação de estarmos abastecidos .
O triste é que não.
Ando pelas áreas de manaciais,represa Billings,Guarapiranga,até pelos alto da Cantareira,e noto que o indíce,medido pela altura,poderia ser medido pela "baixura".

O que antes parecia ser um problema para 2080,e que iria desfavorecer nossos netos,bisnetos,começou a ser uma ameaça aos nossos filhos.
Infelizmente já nos ameaça.
Água é um dom de Deus,para todo ser vivo ,nào é patrimônio de ninguém.comenta-se até sobre privatização da água.
Dizem que a melhor forma de cuidar da água,é pelas leis de mercado,dotando a mesma de valor econômico(como se já não fosse),uns vendendo,outros comprando.
Então quem tiver dinheiro compra,quem não tiver,passa sede.
Para controlar a gestão da água pelo mercado foram criados pela Lei nº 9433(....)os princípios usuário - pagador e poluidor - pagador.Assim quem usar a água tem que pagar por ela,e quem poluir,tem que pagar pela poluição que causar.
mas se refletirmos,o dinheiro talvez para nós é finito,para muitas empresas que soltam dejetos em valas,córregos,etc é abundante......eles poluem milhões de litros e pagam com alguns reais,se milhares ou não,não cabe aqui justificar o valor desta multa.
Quanto a poluição,no Brasil o crime ambiental compensa.Estraga-se muito e paga-se pouco.Na verdade quem polui deveria ter sua licença de uso cassada e obrigado a recuperar o que poluiu.

Imaginem,que comenta-se,que a água no futuro,tenha valor superior ao do petróleo logo;tirem suas conclusões.

Acredito que a nossa classe(aquaristas em geral)são os que tem maior zelo e percepção sensata para explorar este recurso,para nós e nossos peixes de vital importância,que é um símbolo sagrado até,que hoje vemos ser desperdiçada .
Fica aqui um alerta,e que os amigos que lerem esta,tente desmitificar que as enchentes ,principalmente aqui de S.P,não abasteceram os reservatórios,Infelizmente
Marcelo Gomes Cerdeira


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

MAIS UM POUCO SOBRE HALFMOONS

Os Bettas Half Moon foram criados durante os últimos 20 anos por criadores Europeus.

A característica a mais proeminente dos Half Moon é o meio círculo caudal. As bordas são retas - um ascendente reto e a outra descendente reta.
Os raios e as membranas dão forma então a um meio círculo perfeito de 180 graus ao redor das bordas. No Betta Half Moon ideal as nadadeiras dorsais e anal são também um tanto modificadas e junto com a caudal dão forma a um padrão de aproximadamente dois terços de um círculo em torno do corpo. Outra característica chave dos Half Moon é o raio extra que se ramifica particularmente na caudal.
Em Bettas normais os raios caudais se ramificam uma vez, talvez duas vezes em peixes melhores. Mas em Half Moons os raios caudais se ramificam uma terceira vez nos melhores peixes, ou mesmo uma quarta vez. Isso significa que um único raio que parte do pedúnculo caudal pode terminar com 16 ramificações na extremidade da cauda. Uma consideração importante quando trabalhando com Half Moons é o fato de que eles não formam uma raça verdadeira. De pais Half Moon você pode não obter nenhum Half Moon na descendência, ou somente um ou dois Half Moons. Normalmente você obterá menos de 10% de Half Moons em uma prole. Com observação cuidadosa e muito trabalho duro estes criadores dedicados de Betta criaram uma magnífica forma nova para que todos nós admiremos e apreciemos.
Minhas pesquisas e experiência com Half Moons conduzem-me a acreditar que há ao menos 3 fatores genéticos requeridos para se produzir um Betta Half Moon. Primeiramente, todos os raios da caudal devem ser perfeitamente retos sem nenhuma curvatura ou dobra. Em segundo, os raios retos da caudal devem ramificar-se múltiplas vezes com produção de triplas ramificações nos melhores peixes. Em terceiro lugar, a propagação extra da membrana entre os raios permite a formação do leque caudal de 180 graus. Parece que os raios retos e a propagação extra da membrana são influenciados pesadamente por fatores ambientais. Mesmo os Bettas possuidores destes traços genéticos podem não mostrar as características esperadas por causa de condições ruins da água ou das técnicas deficientes de criação.
Se todos esses três fatores genéticos herdados fossem recessivos (ou todos os três fossem dominantes) então os Half Moons formariam uma raça verdadeira e você poderia ter 100% de Half Moons em uma prole de um casal desses peixes. Assim parece seguro dizer que os três fatores genéticos são uma mistura de traços dominantes e recessivos. Minha suposição seria que o gene para ramificação múltipla é um dominante, enquanto os genes para raios retos e a propagação extra da membrana são provavelmente recessivos. Se esta hipótese estivesse correta então somente 3 peixes de cada prole de 64 indivíduos de pais heterogêneos teriam o material genético requerido para transformar-se em Half Moons, e 2 daqueles 3 seriam heterozigotos (não puros) para ramificação múltipla. Então há o problema das condições ambientais de qualidade mais baixa que inibem as ações dos genes dos Half Moons. Minha conclusão geral é que criar Half Moons é extremamente difícil e o número de Half Moons produzidos em cada prole será quase sempre muito pequeno.
Ramificação múltipla -> Gen dominante;
Raios diretos -> Gen recessivo;
Abertura extra das membranas -> Gen recessivo.
Halfmoons não é o resultado de um único gene, mas sim o resultado de traços multifatoriais em que todos têm que estar presentes para a obtenção de 180º da caudal. Sua melhor chance de produzir halfmoons é utilizar dois peixes provenientes de linhagens bem estabelecidas de halfmoons. Isto é mais facilmente conseguido de criadores estabelecidos, tanto localmente quanto globalmente. Vale a pena pagar um preço mais elevado para obter os peixes que você quer, do que receber um desconto em peixes de baixo padrão que o farão regredir diversas gerações em seu objetivo.
Se não houver bons halfmoons disponíveis para você dentro de seu orçamento ou nas cores/formas desejadas, então é possível começar uma linha halfmoon com um casal de super deltas. Suas probabilidades de obter alguns HMs na primeira geração são aumentadas se os peixes SDT vierem de uma linhagem estabelecida de halfmoons. Peça fotos dos pais, se disponível. Peça fotos dos irmãos. Se a linhagem gerar um bom número de HMs, você em geral terá a sorte necessária utilizando SDT como partida para sua criação. Compre o melhor par que você poder dentro de suas possibilidades financeiras, e então esteja preparado para trabalhar muito duramente.
Evite criar bettas com maus hábitos ou imperfeições sérias, tais como corcundas, caudas desfiadas, e outros tipos de má formações e características indesejáveis. Estes traços podem ser herdados, e você se arrisca então a regredir diversas gerações em suas linhagens, justamente quando você pensa que começou finalmente a acertar. Uma linha de peixes com nadadeiras perfeitas mas que têm fraco sistema imunológico não é adequada.
Escolha um macho que seja o mais próximo que você possa encontrar do ideal. Os halfmoons masculinos praticamente as listas de preferência em casas de leilão como Aquabid, assim há muitas opções para escolher. Procure por perfeição, bordas enrugadas, dorsais completas, corpo puro e nadadeiras retas - inclinar-se é mau, e pode indicar que o peixe não pode sustentar seu próprio sistema de nadadeiras. Quando possível, compre peixes novos entre 3-6 meses da idade. Estes estão cheios de hormônios em profusão e serão os melhores reprodutores.
Verifique sua fêmea. Ela é fácil de negligenciar quando comparada a seu ofuscante parceiro, mas a fêmea é tão importante para sua linhagem quanto o macho. Procure por bordas caudais retas, dorsais bem formadas, boa cor e comportamento ativo. Os raios na cauda devem ramificar ao menos 3 vezes. Quatro são melhores, mas definitivamente não menos que 3. Certifique-se que ela venha de uma linhagem bem estabelecida de HM, dessa maneira você saberá que tem o material genético para produzir a sua prole de HM.
Escolha seus reprodutores de acordo com padrões estabelecidos (por exemplo padrões de IBC). Conheça bem seus padrões. Não se focalize excessivamente na nadadeira caudal. Há muitas áreas necessitando de melhoria mesmo nos melhores dos bettas de hoje em dia, como o desenvolvimento das nadadeiras dorsais e anais e a purificação das cores. Persiga a boa cauda, mas não negligencie as outras nadadeiras, se não você pode encontrar-se em seu plantel, após algumas gerações, contemplando um grupo com perfeitos 180º de caudais, mas cor baixa qualidade de cor, nadadeiras dorsais ou anais insatisfatórias.
Um aspecto que eu tenho defendido por muito tempo e que foi resumido por meu amigo Myron Tay é o seguinte: ' Por todos os meios busque globalmente os HMs que possam melhorar ou começar a sua linhagem. Mas não compre apenas o casal e cruze-os. Onde está a melhoria nisso? Recorde que o reprodutor, de quem você comprou, provavelmente reservou seu melhor par para produzir sua próxima geração. Mesmo se você cruzar o par da mesma linhagem (para começar seu programa de produção), faça cruzamentos com peixes de outras linhagens de modo que você possa conseguir melhorias futuras.' Extremamente bem-dito! Onde está o mérito em comprar um casal de irmãos de um outro criador e cruzá-los? Você não pode por direito chamá-lo de ' sua ' linhagem. Você estará agindo como uma filial produzindo a linhagem de outro criador. Assim não tenha medo de experimentar, e seja tão criativo como você queira ser. Os peixes não se importarão.
Manutenção de Halfmoons
Os Halfmoons são, provavelmente, o tipo mais exigente de betta em termos de manutenção. Entende-se isto tendo em mente que os bettas com longas nadadeiras, como é o caso dos HMs foram desenvolvidos para a vida doméstica e provavelmente, são mal adaptados para a sobrevivência no ambiente selvagem. Isto significa que os HMs requerem mais cuidados e espaço do que um betta selvagem de nadadeiras curtas.
90% das indisposições dos peixes têm uma raiz comum: má qualidade da água. O segredo encontra-se em usar um recipiente tão grande quanto possível para manter seu HM e em trocar a água como louco. Infelizmente, a melhor maneira manter um HM é fazer trocas diárias de 100% da água da betteira, o que a maioria de nós não tem tempo de fazer! Se você fizer somente mudanças parciais da água, algumas das bactérias permanecerão no recipiente com o peixe. Este procedimento somente causará algum stress para o peixe que for vítima de queda. Se você não puder fazer trocas totais da água diariamente, então o faça dia sim dia não ou a cada 3 dias, dependendo do tamanho do recipiente. Sifonar os restos do fundo (e então completar o recipiente com água limpa, tratada) a cada dia é bastante recomendável. Use a água desclorada (preferivelmente descansada). Isto é necessário para remover todos os traços do cloro que não existem em lagoas naturais. Também, ajuste seu pH para assegurar-se de que combine com aquele a que o peixe está acostumado. Há alcalinizastes e acidificantes de pH comercialmente disponíveis para esta finalidade.
As plantas são outra opção boa. Como no ambiente natural, elas ajudam a remover a concentração de fosfatos da água, que de outra maneira aumentaria em seu aquário através das trocas parciais. Embora o fosfato não seja tóxico para seu peixe, ele incentiva o crescimento de algas indesejáveis em seu tanque. Eu recomendaria o resistente musgo de Java para ajudar a reduzir o fosfato em seus tanques de betta. Os musgos de Java vêm geralmente com madeira flutuante. Se assim for, retire as plantas da madeira flutuante antes de colocá-las em seu tanque de betta porque a madeira tem as bordas afiadas que poderiam danificar as nadadeiras de seu betta. As plantas absorvem também os nitratos durante o processo de produção de seus alimentos (das plantas). Assegure-se de que haja espaço suficiente para o movimento de seus peixes, porque as plantas ocupam algum espaço. Monitore a quantidade de espaço que seus bettas têm de tempos em tempos devido ao crescimento das plantas. Remova as plantas, onde necessário, para assegurar-se de que haja um equilíbrio entre o espaço e as plantas em seu tanque. Use o mesmo tipo de plantas que você usou no tanque de criação, quando chegar o tempo de separar seu jovem HM em um recipiente. Se o peixe for comprado de um outro reprodutor, pergunte sobre as condições da água usadas para criar os peixes e recrie o máximo possível essas condições. Isto pode ser crítico! Os vermelhos, em particular, são muito sensíveis a quaisquer mudanças nas características da água.
Forneça ao seu HM alimento de boa qualidade. Alimente-os com a maior variedade possível e suplemente a dieta dos seus betta com os alimentos desidratados que contenha vitaminas essenciais. Pessoalmente, eu aconselharia os alimentos congelados (que são mais frescos do que os desidratados, mas não introduziria os alimentos vivos). Entretanto, você deve alimentar em pequenas quantidades por vez (o suficiente para que os peixes possam consumir em cinco minutos). Se não, o alimento não consumido introduzirá mais amônia no sistema com a sua decomposição.
Permita que os peixes exercitem suas nadadeiras diariamente expondo o a sua própria reflexão ou a um outro betta. Os peixes não devem estar constantemente na vista de outros bettas, ou seu interesse neles começará a diminuir. Se você tiver que manter seus peixes lado a lado, então coloque um cartão separador entre eles (obstrua sua visão com um cartão de papelão ou outro bloqueador de visão apropriado) ou troque os frascos de lugar de modo que estejam constantemente trocando de vizinhos e restabeleçam seu interesse. Esteja ciente de que os peixes com barbatanas muito grandes e que se exercitem muito duramente muito tempo podem ter suas nadadeiras desfiadas, assim os exercícios destes indivíduos devem ser limitados a sessões de uma hora.
É muito trabalho, mas a beleza do betta HM, em plena forma, faz valer a pena.
A Forma Perfeita do Halfmoon
Halfmoon (HM) é o termo dado aos bettas que têm um semicírculo caudal perfeito quando armados. Especificamente, um betta do halfmoon deve ter uma caudal onde ambas as extremidades têm exatamente 180 graus de separação ou mais. As bordas caudais têm que ser retas ou curvando-se para frente, e de dobras para dentro. Há algumas características importantes a se observar quando desejando trabalhar com bettas Halfmoon:
1) Simetria - uma linha que corta a caudal deve dividir o peixe ao meio;
2) Contrapeso - a habilidade de abrir um arco que comece na caudal e abranja a dorsal e a anal sem dificuldade;
3) 180 graus de caudal com bordas retas e firmes.Poucas pessoas discordam das colocações acima. A única área de discórdia, ou melhor, a única diferença de opinião existente é no que tange a ' proporção', isto é a relação de cauda/corpo.
Quando cauda/corpo é menos de 1, você tem ' um peixe de forma ovalada' (OS). Mas quando cauda=corpo ou cauda/corpo é 1, você tem 'um peixe de forma circular' (CS). O OS Halfmoons é bom, mas o CS Halfmoons é verdadeiramente excepcional, e um modelo excelente a se perseguir.
O que evitar:
Assim como há características positivas a se procurar quando escolhendo ou criando Halfmoons, há também aquelas a serem evitadas. Tais como:
1) Raios desiguais da aleta caudal. Isto deprecia o animal, uma vez que suaviza o arco caudal e o faz parecer encrespado ou mole;
2) Raios caudais não retos
3) Os raios caudais mais externos não estão na ou perto da borda da nadadeira caudal
4) Franja (extensões do raio) nas nadadeiras. Muitos destes, provavelmente, são os resultados de cruzamentos com Crowtails. Há uma forma chamada 'Half Sun' que apresenta os 180 graus na caudal, mas com os raios se projetando da nadadeira, e estes são muito bonitos! Mas não desejáveis em um Halfmoon.
5) Dorsal estreita e ' fraca', não condizente com o ideal HM que é o de ser extensa e forte.
6) Todos os outros traços restantes indesejáveis associados com os bettas: Dorsais deformadas, nadadeiras desproporcionais, comportamento apático, forma pobre, cor pobre, cores esmaecidas em um betta de cor sólida.
HALFMOONS

1950.
Alguns criadores hobbistas,tentavam melhorar as nadadeiras de seus Bettas (América e Europa) e para isso recorriam a experiências,que incluíam até Plakats,nas suas linhas de sangue seletivo.
Foi nos idos de 1960,que Edward Schmidt Focke,renomado e dedicado criador alemão,conseguiu um padrão de nadadeiras,que mais tarde veio a ser chamado de DELTA.
Em 1967 fundaram o IBC,órgão,que tinha por excelência,multiplicar Bettas de excelente linhagem,a partir daqueles DELTAS alemães, e possivelmente novas linhagens,melhoradas a partir daqueles DELTAs citados.
Conseguiram simetria,proporcionalidade,e mais tarde,nos idos de 1980 Parris Jones,Peter Goettner,e outros seletivos criadores,tentavam fixar um gene(talvez o GEN "S") para melhorar amplitude da dorsal e finalmente em 1987,RAJIV MASSILAMONI,obteve um exemplar,raríssimo,com uma amplitude talvez jamais sonhada,que pudesse ultrapassar a barreira dos 180º.
A este exemplar deu-se o nome de HALFMOON. Até então,o máximo obtido era de 160º de amplitude de caudal.
Mas estes pecavam por falta de simetria.
Todo exemplar hoje de HALFMOON,foi conseguido a partir destes exemplares de RAJIV.
Poderia continuar nesta estória,mas a pauta é outra.Simetria
Tem que haver proporcionalidade no corpo,em relação ao tamanho da cabeça,e as nadadeiras devem completar,não como um todo,como muitas vezes noto,o HALFMOON,deve pelo fenômeno(chamemos assim)dos 180º de abertura da nadadeira caudal,e não pela simetria,proporcionalidade,etc.
Estes fatores só irão contribuir para que este exemplar tenha melhor indicação como reprodutor,ou para uma exposição.
As bordas da nadadeira caudal podem ser SCALLOPED,ou FRINGED. Ambas aceitas,o que as diferem é a proeminência em seus raios quaternários,que salientam-se das bordas.Os SCALLOPED"S são aqueles que tem bordas serrilhadas ,já os FRINGEDS,lembram franjas,chegam a parecerem Crowntails.
O tamanho do corpo seria de no mínimo 1 1/2"(38.1 mm)e a dorsal teria que ter 1/4 do comprimento do corpo.
É necessário,que quando em formação de combate,o Halfmoon apresente 360º,forma de uma circunferência perfeita,facilmente notando então,faltas em suas nadadeiras,as vezes assimétricas em relação as demais.
Penso,que este exemplar,só é obtido, através de muito trabalho seletivo (claro que sorte,pode ajudar-nos).
O importante,é dirigir nossa criação,para este fim,termos uma meta a ser atingida,e por melhores que nos pareçam, num julgamento podemos ter dissabores,pois nem todos olham pros nossos peixes, com os nossos olhos.
Temos hoje, criadores que detém matrizes de Halfmoons, já algum tempo, e afirmam não serem exemplares fáceis de lidar. Se fossem não teria absolutamente a menor graça. Isto somado a beleza incontestável deles fazem com que o HALFMOON,não seja apenas um peixe,e sim uma lenda para os amantes dos Bettas.
Marcelo Cerdeira

PLAKAT THAI

Bettas Plakat Thai
(Bettas da Tailândia)



Precha Jintasaerewonge

Bettas na Tailândia se chamam Plakat Thai, e descendem diretamente
dos Bettas selvagens dos campos de arroz, ou pântanos. Há muito tempo
o povo Thai cria Bettas com o intuito de colocá-los para brigar
depois do trabalho, assim como alguns criam o Betta para o aquarismo.

Pessoas que gostam das rinhas de Betta desenvolveram suas linhagens a
partir dos selvagens que foram apanhados, naturalmente pequenos,
pálidos, aquela coisinha de nada, fracos na briga e conseguiram de
resultados o lutador com estilo próprio, maior em tamanho, musculoso,
esplêndido com cores fortes, nadadeiras curtas mas generoso pedúnculo
caudal para deixar seus oponentes fora de controle, loucos. Os
interesses principais para a linhagem eram formato do corpo, estilo
de luta, tamanho, maxilares potentes, etc. Este tipo de Plakat Thai
ou Betta Splendens, se preferirem, na língua Thai se chamou "Plakat
Morh".

Pessoas que criam Bettas para o aquário desenvolvem linhagens visando
a beleza dos indivíduos. Suas nadadeiras devem ser enormes,
brilhantes e com muitas cores. Os interesses principais na linhagem
de reprodução são a escala de cores, nadadeiras grandes, corpo
equilibrado, multicoloridos. Na língua Thai, chamamos "Plakat Cheen"
(peixes coloridos, com roupas chinesas). Alguns dizem que Bettas com
longas nadadeiras se originaram na China, eu estou pesquisando isto.

Então, veja a diferença:

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Plakat Morh
Betta de luta

Plakat Cheen
Betta de Aquário

Partindo da classificação acima, os Bettas de nadadeiras curtas podem
ser divididos em 4 subtipos:



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1. Channa Striata: cabeças de cobra e corpo alongado
Em Tailândia, este é o tipo mais popular. Se movimenta muito
rapidamente, é muito agressivo e tem uma potente mordida. São bons
lutadores. O visual do peixe é preferivelmente alongado, com a cabeça
mais larga que o resto do corpo
quando visto de cima. O formato do corpo é esbelto quando olhado de
lado, as cores podem ser várias, vermelhos, verdes e azuis. Muitos
criadores na Tailândia continuam desenvolvendo esta linhagem.



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2. Anabas testudineus: Esta é uma linhagem muito antiga eles
aparentam ser curtos e gordos quando vistos de cima e largos vistos
de lado. Muitos deles tem variadas cores como verde, vermelho e azul.
A escala da cor vai ser a mesma das
nadadeiras. Este tipo de peixe é muito valente e brigão, e eles podem
continuar lutando por 2 a 3 horas e atacam com muita força.


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3. Chilata ornata: É também uma linhagem ancestral do Betta
Splendens de hoje. Têm um belíssimo formato do corpo, visto de lado,
quadrado e largo. Olhado de cima eles podem parecer magros, com
longas nadadeiras pélvica e anal.
São muito bonitos quando estão excitados, com as nadadeiras bem à
mostra. São muito rápidos e têm uma mordida afiada na luta.


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4. Espécie híbrida ou cruzamento cruzado dos três tipos acima: Este
tipo de reprodução é um esforço de retirar as boas características de
cada um dos tipos selvagens para recriar "linhas de sangue". De
origem, os Bettas selvagens são pequenos, rápidos, e com mordida
afiada.
De qualquer modo, o primeiro lote selvagem não deve ter um padrão que
satisfaça o criador. O criador experiente vai selecionar os melhores
indivíduos para reproduzir-se com outras subespécies selvagens,
procurando sempre os melhores resultados.


Um pouco sobre Crowntails


Twin Peak Crowntail Betta in Jacarta


De tempos em tempos, em algum lugar do mundo acontece uma mutação sem paralelos nas nadadeiras ou na cor do Betta Splendens, e cada vez que isto ocorre uma expectativa toma conta do mundo.No começo da década de 90 isto ocorreu na França, e na virada do século na Indonésia.
No início do milênio um distribuidor em Nova York importou e apresentou ao mercado uma nova mutação de bettas chamada crowntail betta.  Criou-se tanta expectativa que fez o preço dos bettas subir as alturas no Estados Unidos e no Sudeste Asiático. Com o uso da Internet  as notícias sobre a nova linhagem espalharam-se por todo mundo. Lances ininterruptos eram característicos nos leiloes e os distribuidores estavam fazendo fortunas.
Ao contrario dos bettas half-moon que se originaram de hobistas que vendiam suas criações em reuniões, os bettas de Jacarta  foram colocados no mercado por distribuidores e não através de eventos aprovados pelo International Betta Congress. Inicio-se uma loucura e quase todo mundo queria ter seu próprio betta da nova linhagem.
A nova linhagem de betta originou-se em Jacarta de um criador chamado Henry Yin, Ele talvez não é o criador original desta nova linhagem de pentes (combtails), mas teve sorte o suficiente de ser o único a  desenvolver o twin peak crowntail betta, o peixe que colocou o crowntail no mapa.
É um grande macho vermelho com as raias estendendo-se  e projetando-se dramaticamente da sua nadadeira caudal. Uma vez que é uma linhagem chinesa,  traz elementos de sorte para o lar (na Ásia vermelho é a cor que da boa sorte e a nadadeira caudal estendida flutua como as bandeiras do Ano Novo Chinês).
Esta linhagem também nasceu no ano chinês com mais sorte, o ano do Dragão.


Definições

Atualmente o julgamento dos bettas show é baseado nas nadadeiras. A simetria da nadadeira define a qualidade do peixe. O termo half-moon é um termo genérico dado a uma linhagem de betta que tem sua nadadeira caudal aberta em leque com a forma de um semicírculo perfeito quando é colocado em companhia de outro macho. Todas as nadadeiras se sobrepõem (NT característica do HM que não conhecia) quando ele está nesta “formação”. Este termo foi cunhado por dois dedicados criadores, Rajiv Massilamoni da Suíça e Laurent Chenot da França, que levou o primeiro half-moon para os Estados Unidos em 1993.


O betta crowntail é um combtail com as raias estendidas em todas as nadadeiras não só na nadadeira caudal. Henry Yin que veio de um país de tradições monárquicas, cunhou o termo crowntail pois as saliências na nadadeira caudal parecem a ele como os pontos de uma cora de príncipe. Hoje estas duas configurações de caudas são as bases para se julgar um betta show em todo o mundo. As popularidades destas linhagens são verdadeiramente internacionais, estendendo-se da Europa até a América Latina e em toda Ásia.

Jacarta, Indonésia – Dezembro de 2000

Cheguei na terra de Garuda durante a semana do Ramadan, um período de jejum e repouso para a religião Mulçumana. Embora eu ser asiático esta foi a primeira visita a este país. O hotel era magnífico, com mármore por toda a parte e jardins bem cuidados. Estava lá para me encontrar com Henry Yin, a quem eu havia me correspondido e me tornado amigo através da Internet mas na verdade nunca tinha me encontrado com ele antes. Ele estava acabando de voltar de uma viagem de férias com sua família para África do Sul.
Henry foi um grande anfitrião. Apesar de por muitos anos ver muitos peixes foi a primeira vez que vi peixes serem tratados com tanta realeza.
Nos Estados Unidos só vemos estufas lotadas, cheia de betteiras cercadas por troféus e fitas. Quanto mais popular a criador mais lotada sua estufa. Na casa de Henry não havia superlotação Na verdade ele construiu pessoalmente um conjunto de aquários cúbicos de 20 galões (NT 75,7 litros) em seu vestíbulo como parte da decoração da casa, cada um dos tanques abrigava um dos da sua melhor seleção. Trocas de água são feitas constantemente, fornecendo as plantas e aos bettas as melhores condições para viver.
Tenha em mente que no Sudeste Asiático muitas donas de casa são abençoadas com empregadas domesticas que fazem todos estes serviços repetitivos para seus empregadores. (NT já pensou em usar aquela mão-de-obra ociosa para trocar a água de suas betteiras?).
Os peixes somente são alimentados com comida viva (Daphnia asiática (NT o nome que os americanos dão para as moinas) e larva de mosquito). 

TESTES DE DIGESTIBILIDADE COM BETTA SPLENDENS

RESUMO
Foram avaliados os coeficientes de digestibilidade aparente de MS, PB,
energia bruta (EB) e EE de alimentos protéicos (farelo de soja e
farinha de peixe) e energéticos (fubá de milho e farelo de trigo) para
beta (Betta splendens). Fêmeas adultas foram alojadas em gaiolas e
mantidas em dois aquários de fibra de vidro (30 peixes/aquário) para
alimentação e dois para coleta de fezes, ambos de formato cônico e com
capacidade para 30 L. Os resultados dos coeficientes de
digestibilidade aparente de MS, PB, EB e EE foram, respectivamente, de
69,43; 72,52; 67,91 e 55,50% para farelo de soja; 60,67; 51,15; 75,55
e 58,26% para farinha de peixe; 63,88; 87,16; 77,61 e 50,40% para fubá
de milho; e 61,06; 93,37; 58,17 e 65,51% para farelo de trigo. Os
resultados obtidos neste estudo permitem otimizar a formulação de
dietas práticas balanceadas, economicamente viáveis para a espécie.




Introdução
A produção de peixes ornamentais é uma modalidade da aqüicultura em
plena expansão nas últimas décadas. Nos Estados Unidos, a popularidade
e os altos valores de venda têm situado a produção de peixes
ornamentais entre as principais fontes de renda da aqüicultura
(Chapman et al., 1997). No comércio internacional de organismos
aquáticos ornamentais, observa-se aumento anual a uma taxa média de
14%, chegando a cifras superiores a 200 milhões de dólares por ano
para as exportações (Lima et al., 2001).
Na América do Sul, pouca atenção tem sido dada à criação de peixes
ornamentais, provavelmente pelo fato de a exportação ser baseada na
coleta de peixes na natureza (Conroy, 1975). No Brasil, a produção de
peixes ornamentais é bastante recente e surgiu com a implantação de
projetos de piscicultura na década de 70. O estado de Minas Gerais
destaca-se como o maior centro de produção do Brasil, com 118
criadores que cultivam 50 variedades e/ou espécies (Pezzato & Scorvo
Filho, 2000). Entretanto, o Brasil participa com apenas 6,5% das
importações no mercado norte-americano (OFI Journal, 1999), indicando
a necessidade de maior apoio e incentivo à atividade, tendo em vista o
grande potencial nacional.
Atualmente, existem poucos estudos sobre as exigências nutricionais da
maioria das espécies ornamentais e, conseqüentemente, não existem
dietas comerciais balanceadas específicas para utilização na produção
em larga escala. Para formulação de dietas práticas, é necessário o
conhecimento não só das características químicas e físicas de cada
ingrediente, mas também de sua digestibilidade pelos peixes (Tacon &
Rodrigues, 1984). Os nutrientes não digeridos dos alimentos, além das
implicações no crescimento e dos custos de alimentação, aumentam os
níveis de nitrogênio, fósforo e matéria orgânica nos efluentes (Chong
et al., 2002). Portanto, o conhecimento da eficiência de utilização
dos nutrientes de alguns alimentos é primordial para formulação de
dietas para diversas espécies de peixes.
Os valores de digestibilidade de nutrientes de alimentos para peixes
ornamentais ainda não estão estabelecidos (Sales & Janssens, 2003) e
revelam que essa lacuna de informações está diretamente relacionada à
dificuldade de coleta do material para análise de digestibilidade, à
diversidade de espécies com diferentes hábitos alimentares, à carência
de investigações básicas, aos fatores econômicos e até mesmo ao
relativo desinteresse de pesquisadores, universidades e centros de
pesquisa.
Entre algumas espécies ornamentais, o beta (peixe de briga ou Siamese
fighting fish) destaca-se como um dos peixes de melhor mercado, não só
pela beleza e variedade de cores, como também pela rusticidade,
associada à presença de um sistema acessório de respiração aérea que
lhe permite sobreviver em pequenos aquários (beteiras). Esta espécie
ornamental é uma das cinco mais importadas pelos Estados Unidos, tanto
em número de peixes como em dólares gastos anualmente (Chapman et al.,
1997).
Neste estudo, objetivou-se avaliar o coeficiente de digestibilidade
aparente de alguns alimentos comumente utilizados em dietas para
peixes visando à otimização da formulação de dietas para Betta
splendens.

Material e Métodos
O experimento foi realizado no Laboratório de Nutrição de Organismos
Aquáticos (Aquanutri) do Departamento de Melhoramento e Nutrição
Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Unesp,
Botucatu, unidade integrada ao Centro de Aqüicultura da Unesp.
Foram avaliados os coeficientes de digestibilidade aparente de MS, PB,
EE e EB da dieta basal e de alimentos energéticos e protéicos (fubá de
milho, farelo de trigo, farelo de soja e farinha de peixe), incluídos
no nível de 40% da dieta basal purificada (Tabela 1). A composição
percentual das dietas basal e teste encontram-se na Tabela 1 e a
composição química analisada da dieta basal na Tabela 2. Fêmeas
adultas de Betta splendens (0,35 ± 0,08 g) foram mantidas em dois
aquários de fibra de vidro (30 peixes/aquário) para alimentação e dois
aquários para coleta de fezes, ambos de formato cônico e com
capacidade para 30 L. Para minimizar o estresse e facilitar o manejo
de alimentação e coleta de fezes, os peixes foram alojados em
tanques-rede de formato circular, confeccionados com tela plástica
(malha de 3 mm entre nós).
No intervalo de 24 horas, foram realizadas duas coletas de fezes,
intercaladas por períodos de alimentação. Os peixes foram mantidos de
8 às 11h nos aquários de alimentação, onde receberam as dietas
experimentais ad libitum a cada 30 minutos. Ao final desse período,
foram transferidos para os aquários de coleta de fezes, onde
permaneceram até as 14h. Após a coleta de fezes, os peixes foram
devolvidos aos aquários de alimentação, onde foram novamente
arraçoados a cada 30 minutos, até às 18h. Ao final do segundo período
de alimentação, os peixes foram transferidos para os aquários de
coleta, onde permaneceram até às 8h do dia seguinte. Ao final de cada
período de alimentação, foi realizada a limpeza dos aquários,
preparando-os para nova coleta. Portanto, foram realizadas duas
coletas de fezes por dia.
O mesmo grupo de peixes foi utilizado para a coleta de fezes de todas
as dietas, porém, adotou-se um período de sete dias de aclimatação às
dietas antes de iniciar a coleta de fezes da dieta seguinte.
Em virtude da pequena quantidade de fezes obtida para cada dieta, as
análises laboratoriais foram realizadas em um pool das fezes dos dois
períodos de coleta. As amostras de fezes foram centrifugadas, secas em
estufa de ventilação forçada a 55 ± 5ºC durante 24 horas e moídas. A
determinação da composição químico-bromatológica das dietas e das
fezes foi realizada segundo metodologia descrita pela AOAC (1995) e a
concentração do óxido de cromo, segundo Bremer Neto et al. (2003),
analisadas em duplicata. O coeficiente de digestibilidade aparente
(CDA) dos nutrientes da dieta basal e das dietas experimentais foi
calculado pelo método indireto utilizando-se óxido de cromo como
marcador inerte, por meio das expressões propostas por Cho et al.
(1985):

em que CDa(n) = coeficiente de digestibilidade aparente do nutriente
na ração basal e rações experimentais; %Cr2O3r = porcentagem de óxido
crômio na ração; %Cr2O3f = porcentagem de óxido crômio nas fezes; %Nr
= porcentagem do nutriente na ração; %Nf = porcentagem do nutriente
nas fezes.
Os coeficientes de digestibilidade aparente dos nutrientes nos
diferentes alimentos foram calculados pela seguinte expressão:

em que CDa(ing) = coeficiente de digestibilidade aparente do nutriente
no ingrediente; CDa(rt) = coeficiente de digestibilidade aparente do
nutriente na dieta com o ingrediente teste; CDa(rb) = coeficiente de
digestibilidade aparente do nutriente na dieta basal; b = porcentagem
da dieta basal na dieta-teste; a = porcentagem do ingrediente na
dieta-teste.
O oxigênio dissolvido (mg/L) e o pH foram aferidos semanalmente por
meio de oxímetro e peagâmetro digitais, respectivamente, e a
temperatura da água dos aquários, diariamente, às 8 e 16h.

Resultados e Discussão
Durante o período experimental, a temperatura da água foi de 26,0 ±
0,5ºC. O nível médio de oxigênio dissolvido foi de 7,85 ± 0,33 mg/L,
valor considerado satisfatório para o desenvolvimento dos peixes
(Boyd, 1990). O valor médio de pH foi de 6,92 ± 0,32, considerado
satisfatório para a espécie, segundo Rainboth (1996).
Os coeficientes de digestibilidade aparente dos nutrientes (MS, PB, EE
e EB) e os valores de proteína digestível e energia digestível do
farelo de soja, da farinha de peixe, do fubá de milho e do farelo de
trigo obtidos para o Betta splendens são descritos na Tabela 2.
Entre os alimentos avaliados, o farelo de soja apresentou o maior
coeficiente de digestibilidade da MS (69,43%). Os coeficientes de
digestibilidade da MS do farelo de soja (71,04%) e da farinha de peixe
(57,46%) foram semelhantes aos obtidos por Pezzato et al. (2002) para
tilápia-do-nilo, enquanto os do milho foram superiores (52,52%) e os
do farelo de trigo (66,05%) inferiores. Chong et al. (2002), avaliando
a digestibilidade in vivo de alguns alimentos para uma das espécies
mais populares de peixes ornamentais, o acará-disco (Symphysodon
aequifasciata), obtiveram bons coeficientes de digestibilidade da MS
para a maioria dos alimentos avaliados, como a farinha de peixe
(78,15%) e o farelo de soja (66,22%). Entretanto, o valor encontrado
para o farelo de trigo (49,03%) foi inferior ao observado para o beta.
Cho & Bureau (1997) obtiveram baixos coeficientes de digestibili-dade
da MS para o milho (23%) e o farelo de trigo (35%) e maiores valores
para o farelo de soja (74%) e a farinha de peixe (85%) em estudo com
truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss).
Os coeficientes de digestibilidade da PB dos alimentos energéticos
(fubá de milho e farelo de trigo) foram maiores que os dos alimentos
protéicos (farelo de soja e farinha de peixe). Pezzato et al. (2002),
avaliando os coeficientes de digestibilidade da PB em
tilápias-do-nilo, obtiveram valores superiores para os coeficientes de
digestibilidade da PB dos alimentos energéticos (87,69%) e protéicos
de origem vegetal (87,85%) em comparação aos alimentos protéicos de
origem animal (63,76%). Entretanto, os coeficientes de digestibilidade
da PB do milho (95%), do farelo de trigo (92%), do farelo de soja
(96%) e da farinha de peixe (92%) encontrados por Cho & Bureau (1997)
para a truta arco-íris foram altos e semelhantes entre si.
Os baixos valores de digestibilidade aparente da proteína da farinha
de peixe podem ter sido negativamente influenciados pelo processamento
ou pela composição química do alimento (Sullivan & Reigh, 1995).
Segundo Aksnes et al. (1997), as farinhas de peixe disponíveis no
mercado apresentam grande variação na qualidade, o que pode ser
atribuído ao frescor, ao tipo de material e às condições de
processamento. Em 27 amostras de farinha de peixe, Romero et al.
(1994) observaram variação de 84,5 a 97,0% para digestibilidade da
proteína na truta arco-íris. As farinhas de peixe brasileiras
apresentam muitas vezes baixos coeficientes de digestibilidade por
serem formuladas com resíduos de abate, podendo apresentar altas
porcentagens de cinzas e proteína de baixa qualidade, proveniente da
matriz protéica dos ossos, da pele, das escamas e das vísceras
(Boscolo et al., 2004).
Os melhores coeficientes de digestibilidade da energia bruta foram
obtidos para o fubá de milho (77,61%) e para a farinha de peixe
(75,55%) em comparação ao farelo de soja (67,91%) e ao farelo de trigo
(58,17%). Essas diferenças na digestibilidade da fração energética
desses alimentos podem ser conseqüência dos altos teores de fibra
bruta no farelo de soja (5,41%) e no farelo de trigo (9,66%). Anderson
et al. (1983) e Lanna et al. (2004), em experimento com
tilápias-do-nilo, e Esquivel et al. (1998), com piracanjuba Brycon
orbgnyanus, concluíram que altos níveis de fibra bruta na dieta
diminuem o tempo de passagem do alimento no intestino, piorando o
aproveitamento dos nutrientes. De forma semelhante, Kirchgessner et
al. (1986) observaram piores coeficientes de digestibilidade dos
carboidratos totais na carpa-comum Cyprinus carpio alimentada com
altos níveis de fibra bruta na dieta.
Em geral, os coeficientes de digestibilidade do EE foram baixos e
melhores para o farelo de trigo, seguido da farinha de peixe, do
farelo de soja e do fubá de milho. Apenas o farelo de trigo apresentou
coeficientes de digestibilidade da fração lipídica similares aos
observados por Pezzato et al. (2002) em tilápias-do-nilo (67,37%),
enquanto os valores encontrados para o milho (69,02%), o farelo de
soja (82,67%) e a farinha de peixe (80,12%) foram inferiores.
Apesar de o beta se alimentar em seu ambiente natural de zooplâncton,
zoobentos e larvas de insetos (Rainboth, 1996), os coeficientes de
digestibilidade dos alimentos de origem vegetal foram satisfatórios e
comprovaram bom aproveitamento dos nutrientes e da energia desses
alimentos. Esses resultados indicam a possibilidade de substituição da
farinha de peixe por fontes protéicas vegetais, o que contribui para
diminuição dos custos de produção dessa espécie. Além disso,
informações sobre a digestibildade dos principais nutrientes desses
alimentos permitem a formulação de dietas mais adequadas à espécie, de
forma a minimizar os excessos e desperdícios de nutrientes, reduzindo
assim a eutrofização da água de cultivo e o impacto ao meio ambiente.

Conclusões
Informações sobre a energia digestível e a digestibilidade de MS, PB e
EE de alimentos de origem vegetal permitirão a formulação de dietas
mais adequadas à espécie e a minimização dos excessos e desperdícios
de nutrientes, podendo reduzir a eutrofização da água de cultivo e o
impacto ao meio ambiente.

TESTES DE SALINIDADE COM BETTA SPLENDENS

Com o objetivo de avaliar a tolerância de Betta splendens à salinidade
da água, realizou-se um experimento em delineamento inteiramente
casualizado, com seis concentrações de sal na água (0; 3; 6; 9; 12 e
15 g de sal comum/L de água), cada uma com cinco repetições (1
peixe/repetição). Fêmeas adultas de Betta splendens foram alojadas
individualmente em aquários mantidos em estufa incubadora, a 26 ± 0,2
ºC e fotoperíodo de 12 horas. Os peixes foram alimentados até a
saciedade, uma vez ao dia, com ração comercial. Foram mensurados o
consumo diário de ração e a sobrevivência dos peixes a cada 12 horas.
Para avaliar o efeito agudo da salinidade, foram calculados o tempo
médio de sobrevivência e a salinidade letal mediana-96 horas, enquanto
o efeito crônico (18 dias) foi avaliado pelo cálculo da salinidade
máxima de sobrevivência e da salinidade letal mediana. O tempo médio
de sobrevivência foi significativamente menor na salinidade de 15 g/L.
A salinidade letal mediana-96 horas estimada foi de 11,88 g/L, a
salinidade máxima de sobrevivência entre 6 e 7 g/L, e a salinidade
letal mediana de 9,35 g/L. Observou-se interação significativa entre
as salinidades da água e o tempo de alimentação. Considerando que é
uma espécie de água doce, o beta possui alta tolerância à salinidade
da água.

Este experimento foi conduzido pelo Laboratório de Morfofisiologia
Animal do Departamento de Biologia Animal da Universidade Federal de
Viçosa

UM POUCO SOBRE BETTAS HALFMOON

A história do Halfmoon

Guy Delavel, Laurent Chenot e Rajiv Masillamoni foram os primeiros
nomes associados com o betta Halfmoon. No início dos anos 80, Delaval
criava seletivamente bettas visando obtenção de maior ângulo nas
aletas da cauda, e por volta 1987 obteve alguns peixes que exibiam uma
aleta caudal de 180°. Em uma mostra na França, Rajiv Masillamoni viu
estes peixes e foi compreensivelmente assombrado. Antes daquele
momento o maior ângulo de caudal conseguido era de 160°, e tais peixes
não podiam nadar muito bem, além de não serem tão simétricos quanto os
peixes criados por Delavel.

Laurent Chenot e Rajiv Masillamoni juntaram esforços para tentar fixar
a nova forma caudal. Tentaram criar esses peixes, mas havia muita
consangüinidade e os peixes não reproduziam. O macho não construiu um
ninho da bolha e não soube, nem mesmo, envolver-se em torno da fêmea.
A fêmea, entretanto, reproduzia. Masillamoni e Chenot fizeram muitas
criações com utilização de outras linhagens de bettas, cruzadas com as
fêmeas HM. Um dos peixes que saíram destas cruzamentos era o produto
de uma fêmeas original de Delaval e de um macho dupla-calda preto:
Este peixe foi chamado R39.

Masillamoni e Chenot cruzaram o R39 com cada betta fêmea que tinham, e
foram recompensados com um seleto grupo de alguns peixes que mostravam
a abertura de 180° da caudal. Inspirados, continuaram trabalhando em
busca da fixação do traço com entusiasmo renovado.

Em 1991 o americano Jeff Wilson juntou-se à história. Ele deu uma
olhada nas caudais desses novos Bettas e as achou semelhantes a Meias
luas (Halfmoons). Assim, nasceu o nome Halfmoon.

Wilson passou a trabalhar a raça na América enquanto Massillamoni
continuou suas experiências, e os dois trocavam linhagens
regularmente. Aos poucos eles produziram um consistente número cada
vez maior de bons Halfmoon, até que chegaram ao ponto de poderem
esperar, ao menos, alguns em cada prole.

Em 1993, O Dream Team do Halfmoon tornou-se público, com sua nova
criação, através da inscrição do Halfmoon em uma convenção do IBC em
Tampa, Florida sob o nome de 'Chenmaswil’ (uma união de seus últimos
nomes). Eles levaram para casa o troféu de melhor da mostra, fizeram a
matéria da revista FAMA com seus peixes, e a mania de Halfmoon
começou.

USO DE BENZOCAÍNA COMO ANESTÉSICO EM BETTA SPLENDENS

Utilização de Benzocaína como Anestésico para Betta splendens
Daniel Henrique Branco Padrão 1 , Brunno da Silva Cerozi 1 , Gustavo
da Silva Sanches1, Álvaro José de Almeida Bicudo 1 e
José Eurico Possebon Cyrino 1
1Setor de Piscicultura – Departamento de Zootecnia – ESALQ/USP
1. Objetivos
Anestésicos são utilizados em peixes para diminuir
estresse, ferimentos e mortalidade durante
o manuseio. Um dos mais utilizados produtos
químicos para este fim é a benzocaína
(etilaminobenzoato), que tem alta eficiência,
baixo custo e uma boa margem de segurança.
O beta, Betta splendens, uma espécie ornamental
de grande aceitação comercial e alto
potencial para utilização em piscicultura, não
tem uma dosagem de anestésico determinada.
O objetivo deste trabalho foi determinar um
protocolo para utilização da benzocaína como
anestésico para está espécie.
2. Material e Métodos
Juvenis de beta (16,28 ± 1,38mm, 102,26 ±
27,49 mg) foram submetidos individualmente a
banhos de imersão em aquário contendo um
litro de água (24,5 ± 0,40 ºC) e benzocaína em
diferentes concentrações (50,60,70,80 e 90
mgL-1). A identificação dos estágios de anestesia
foi baseada em Summerfelt e Smith (1990).
Foram mensurados os tempos para: perda
parcial do equilíbrio e aumento do movimento
opercular (Sta1); perda total do equilíbrio, movimento
opercular lento e nenhuma reação ao
toque (Sta2). Os peixes anestesiados eram
pesados, tinham seu comprimento padrão medido
e eram colocados em outro aquário com
água nas mesmas condições do anterior para
mensuração do tempo necessário para a recuperação
do equilíbrio e o retorno dos movimentos
normais do opérculo (TR). Após a imersão
dos peixes a água dos aquários era trocada.
Os critérios para avaliar a eficiência dos tratamentos
foram adaptados de Summerfelt et al.
(1990): indução a anestesia em menos de três
minutos, retorno dos movimentos normais em
menos dez minutos e ausência de mortalidade.
O delineamento experimental utilizado foi o
inteiramente casualizado (n=10). Os dados
foram analisados através da ANOVA e análise
de regressão. Foi realizada uma análise de
covariância para a variável peso. Os resultados
obtidos foram transformados logaritmicamente.
3. Resultados e discussão
Aumento nas dosagens de benzocaína reduziu o
tempo necessário para atingir Sta1 e Sta2, mas não
para RT, similar aos resultados obtidos por Inoue et
al. (2003).
Tabela 1 - Efeito de diferentes concentrações de benzocaína
sobre o tempo para alcançar diferentes estágios de anestesia.
Entrada no estágio St2 é influenciada pela variável
peso (Figura 1). O RT foi menor que 10 minutos
para todas as concentrações; somente a concentração
90 mg L-1 foi menor que três minutos para Sta2.
Não foi observada mortalidade em nenhum dos
tratamentos.
y = 1,7192+0,026x-0,0002x2 +0,001peso
R2 = 0,77
1,90
2,00
2,10
2,20
2,30
2,40
2,50
2,60
2,70
2,80
40 50 60 70 80 90 100
Concentração (mg)
Log 10 tempo (S)
Figura 1 - Tempo necessário para atingir Sta2 espécie B. splendens
sob diferentes concentrações de benzocaína.
4. Conclusão
A concentração 90 mg L-1 satisfez todos os critérios
adotados para anestesia ideal do beta.
5. Bibliografia
Summerfelt, R.C. e L.S. Smith. 1990. Anesthesia, Surgery, and
Related Techniques. Pages 213-272 in C.B. Schreck and P.B.
Moyle, editors. Methods for Fish Biology. American Fisheries
Society, Bethesda, MD, USA.
Inoue, L.A.A.K.; C. Santos Neto, and G. Moraes. 2003. Clove oil
anaesthetic for juveniles of matrinxã Brycon cephalus. Ciência
Rural 33(5): 943-947.
Tratamento Sta1 Sta2 RT
mg L-1 s s s
50 149,7±12,3ª 316,7± 52,9ª 312,5±12,3b
60 122,8±30,1ª 307,7±17,0a 332,5±12,3ab
70 61,0±29,5b 265,7±32,9ª 436,8±12,3ª
80 42,9±12,7b 200,0± 42,2b 369,1±12,3ª
90 27,0±3,6c 134,6±30,4c 290,9±12,3ª

EFEITO DO HORMÔNIO 17 METILTESTOSTERONA EM BETTA SPLENDENS

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE PESCA E AQÜICULTURA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E
AQÜICULTURA
FERNANDO JUN-HO PEIXOTO KIM
EFEITOS DO HORMÔNIO 17  -METILTESTOSTERONA NA MASCULINIZAÇÃO DO
PEIXE Betta splendens REGAN, 1909.
Recife, PE
Novembro - 2007
2
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE PESCA E AQÜICULTURA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E
AQÜICULTURA
FERNANDO JUN-HO PEIXOTO KIM
EFEITOS DO HORMÔNIO 17  -METILTESTOSTERONA NA MASCULINIZAÇÃO DO
PEIXE Betta splendens REGAN, 1909.
Orientador: Prof. Dr. Athiê Jorge Guerra Santos
Recife, PE
Novembro – 2007
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e
Aqüicultura da Universidade Federal
Rural de Pernambuco, para obtenção título
de Mestre em Recursos Pesqueiros e
Aqüicultura.
3
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE PESCA E AQÜICULTURA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E AQÜICULTURA
EFEITOS DO HORMÔNIO 17  -METILTESTOSTERONA NA MASCULINIZAÇÃO DO
PEIXE Betta splendens REGAN, 1909.
Por: Fernando Jun-ho Peixoto Kim
Esta dissertação foi julgada para a obtenção do título de Mestre em Recursos
Pesqueiros e Aqüicultura e aprovada em __/___/______ pelo Programa de
Pós-Graduação
em Recursos Pesqueiros e Aqüicultura, em sua forma final.
___________________________________________
Prof. Dr. Paulo Travassos
Coordenador do Programa
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Prof. Dr. Athiê Jorge Guerra Santos - Orientador
Universidade Federal Rural de Pernambuco
______________________________________________
Prof . Dr. Valdir Luna - Membro externo
Universidade Federal de Pernambuco
______________________________________________
Profa. Dra. Maria do Carmo Figueredo Soares - Membro interno
Universidade Federal Rural de Pernambuco
______________________________________________
Prof. Dr. William Severi - Membro interno
Universidade Federal Rural de Pernambuco
______________________________________________
Prof. Dr. José Milton Barbosa – Membro interno (Suplente)
Universidade Federal Rural de Pernambuco
4
RESUMO
A biotecnologia tem se espalhado por todos os ramos da aqüicultura,
especialmente no
que se refere à reversão sexual e masculinização de peixes. O macho da
espécie Betta
splendens apresenta coloração vibrante em seu corpo e nadadeiras
maiores em relação as
fêmeas, características essas, procuradas pelos criadores ornamentais.
Estudos visando a
masculinização, bem como técnicas e protocolos para a reversão sexual
do beta através de
indução hormonal são de grande aplicabilidade na aqüicultura
ornamental. A reversão se deu
por um único banho de imersão com 500 μg/L do hormônio 17
 -metiltestosterona (MT)
durante 24 horas em peixes com 2, 4, 10, 30 de vida, inclusive em seus
ovos. Apesar da
proporção sexual fenotípica de 100% de machos, quanto mais jovens os
peixes submetidos ao
tratamento, maior sua mortalidade. Além do crescimento de todos os
peixes tratados ter sido
inferior significativamente ao controle. Na masculinização foram
utilizadas concentrações de
10, 30 e 60 mg/Kg de MT na ração em fêmeas adultas de beta. Ao final
de 90 dias, todas as
fêmeas tratadas apresentaram crescimento do corpo e nadadeiras
significativamente maiores
que as do controle, além de apresentarem características fenotípicas
masculinas, inclusive
quanto ao comportamento reprodutivo. O presente trabalho demonstrou
que ao invés da
reversão sexual, a masculinização de fêmeas adultas de beta pode ser
utilizada por produtores
que buscam aumentar os seus lucros.
Na aqüicultura os principais interesses para a produção de machos são
variados de
acordo com a espécie cultivada, estando relacionado com as
características ornamentais
(GEORGE e PANDIAN, 1995), maiores taxas de crescimento e controle da maturidade
sexual (HENDRY, et. al., 2003). Embora o sexo genotípico seja
estabelecido no momento da
fertilização do óvulo pelo espermatozóide, a diferenciação do sexo
fenotípico ocorre em
etapas posteriores do desenvolvimento (PANDIAN, et al., 1994).
A gonadogênese em peixes pode ser um processo muito complexo e maleável. Embora
a determinação sexual esteja sobre controle genético, a diferenciação
das gônadas em peixes
também depende de sinais endócrinos (ANDERSEN, et al., 2003).
Substâncias indutoras e
hormônios foram postuladas como controladoras da iniciação do
crescimento cortical no
momento de diferenciação, pois a gônada inicial possui caráter
bipotencial de formação dos
dois sexos (LOWE e LARKIN, 1975). A diferenciação sexual das gônadas é
bastante lábil
nos primeiros dias de vida e a inversão sexual1 pode ser facilmente
obtida através do
fornecimento de estrógenos ou andrógenos (PANDIAN e SHEELA, 1995).
A indução hormonal para a inversão sexual é possível em 47 espécies
(15 famílias) de
gonocoristas (34 espécies, 9 famílias) e hermafroditas, usando um dos
31 (16 andrógenos, 15
estrógenos) esteróides (PANDIAN e SHEELA, 1995). O controle sexual é tipicamente
realizado por exposição do peixe indiferenciado sexualmente a
esteróides exógenos. Esses
tratamentos podem durar dias, meses ou anos, e os resíduos de
esteróides desaparecem em
menos de um mês após o fim do tratamento (PIFERRER, 2001).
10
O hormônio esteróide 17  -metiltestosterona (MT) tem sido comumente usado em
estudos para masculinização2 e inversão sexual em camarões como o
gigante da Malásia,
Macrobrachium rosenbergii, (BAGHEL, LAKRA e RAO, 2004), peixes de corte como a
tilápia, Oreochromis niloticus, (ABUCAY e MAIR, 1997; WASSERMANN e AFONSO,
2003), Truta, Salmo gairdneri,(SCHMELZING e GALL, 1991) e peixes
ornamentais como o
guppy, Poecilia reticulata, (LOW, et. al., 1994; TURAN, et. al.,
2005), Molinésia preta,
Poecilia sphenops, (GEORGE e PANDIAN, 1998), Bluegill, Lepomis
macrochirus,(ARSLAN e PHELPS, 2003) e beta, Betta splendens, (KAVUMPURATH e
PANDIAN, 1993; KIRANKUMAR e JEGAJOTHIVEL, 2002).
O peixe de briga Betta splendens, pertence à família Osphronemidae,
nativo do sudeste
da Ásia onde habita águas rasas e com vegetação densa em plantações de
arroz (Fishbase.
2007). Segundo Jaroensutasinee e Jaroensutasinee (2001), o beta
selvagem é pequeno,
imperceptível e com cores que variam entre marrom e verde. Diferente
do beta selvagem, o
domesticado apresenta diversas variedades e cores, com porte maior e apreciado
comercialmente na aqüicultura ornamental (MILLS, 1997).
Estudos visando a masculinização e inversão sexual através de indução
hormonal, são
de grande aplicabilidade na aqüicultura ornamental. O presente
trabalho, portanto, investigou
o uso do hormônio (MT) na inversão sexual e masculinização de beta,
bem como técnicas e
protocolos que podem possibilitar aumento de lucros para os
piscicultores ornamentais de
todo o mundo.
________________
2O termo masculinização é usado para designar apenas as
características secundárias
masculinas e não a inversão sexual.
11
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1. AQÜICULTURA ORNAMENTAL
1.1. Histórico da aqüicultura ornamental
A vida aquática sempre fascinou o homem, que se aprofundou na arte do mergulho
para desvendar os segredos e participar, mesmo que por pouco tempo, da
harmonia das
inúmeras espécies que representam um espetáculo de cores. Mas, como
nem todos podem
gozar dos privilégios do mergulho, o homem criou a aquariofilia
(LOURENZI, 2003).
O cultivo de peixes ornamentais é uma prática antiga e o chinês Chang
Chi’En-Tê, que
em 1596 escreveu “O livro dos peixes vermelhos”, é tido como o pai da
aquariofilia.
Entretanto os maiores estudos feitos com peixes ornamentais devem-se a
William Innes e
foram realizados no início do século XX, Innes é por isso considerado
o maior aquariólogo
que o mundo já conheceu.
Além de desempenhar um importante papel na educação juvenil, servindo como
laboratório de ciências naturais, e na psicoterapia, onde atuam como
um tipo de calmante, a
aqüicultura ornamental é de grande importância comercial nos países
onde o comércio de
peixes, aquários e materiais correlatos é intensamente praticado
atingindo cifras de milhões de
dólares (BOTELHO e ARAUJO, 1984; VIDAL JR., 2002).
1.2. Aspecto comercial da aqüicultura ornamental
O comércio de peixes ornamentais no mundo propicia o sustento de milhões de
pessoas, tanto no mundo industrializado ocidental como também em
países tropicais em
desenvolvimento (LIMA, BERNARDINO e PROENÇA, 2001). Países que investiram no
12
desenvolvimento da piscicultura ornamental através de grandes
investimentos do governo em
projetos de extensão universitária, obtiveram êxito, pois repassavam a
tecnologia e manejo
adequado aos produtores.
Cingapura, na Ásia, exporta mais de 57 milhões de dólares em peixes
ornamentais para
a Europa e os Estados Unidos, o que representa cerca de 30% do
comércio mundial. Uma
parte significativa desta produção é formada por espécies nativas do
Brasil que tiveram,
infelizmente para nós, sua tecnologia de produção desenvolvida no
exterior (VIDAL JR.,
2002).
O Brasil integra o comércio mundial de peixes ornamentais movimentando
aproximadamente US$ 3 milhões vindos do cultivo e da captura em rios,
lagoas e oceanos
(LIMA, BERNARDINO e PROENÇA, 2001). Embora o maior criatório de peixes
ornamentais ainda seja o ambiente natural, a oferta desses peixes,
oriundos de piscicultores
particulares, já é bastante significativa no mercado nacional e
internacional, com sinalização
para maiores investimentos (SCOOT, 1991).
O número de agricultores brasileiros interessados em fazer nas suas
terras, o cultivo de
peixes ornamentais vem crescendo continuamente, já que os custos de
investimento são
relativamente pequenos e a procura desses peixes é grande, desta forma
o cultivo de peixes
ornamentais torna-se uma boa alternativa econômica.
2. O PEIXE Betta splendens
2.1. Biologia da espécie
13
O beta, conhecido como peixe de briga devido a grande agressividade
entre os machos,
pertence ao gênero Betta (Figura 3) da família Osphronemidae
(Fishbase. 2007) ou seja, são
peixes pulmonados. Ocorre na península da Malásia e Tailândia vivendo
em pântanos,
charcos tropicais e arrozais, que contêm grandes quantidades de
vegetação em decomposição.
Esses peixes suportam baixos índices de oxigênio dissolvido, pois apresentam um
mecanismo de respiração especial para utilização do ar atmosférico
(SCHIMDT-NIELSEN,
2002). O órgão responsável pelas trocas gasosas diretamente com o ar
atmosférico se chama
labirinto, formado quando o peixe está com aproximadamente 20 dias de
vida e permite que o
animal sobreviva em águas com baixo ou nenhum teor de oxigênio
dissolvido, facilitando seu
cultivo (VIDAL JR., 2004).
Esses peixes preferem temperaturas entre 25 e 30o C e pH de 6,6 a 7,2
podendo chegar
até os dois anos de vida e tamanhos que variam entre 4 a 10 cm
(Fishbase. 2007). São peixes
territoriais com característica agressivas, sobretudo entre os machos
que podem lutar até a
morte. Com outra espécie, porém, este peixe pode se tornar tímido e
dificilmente o agride. De
acordo com Damázio (1991), a anatomia e o dimorfismo sexual no peixe
beta se dá pelas
seguintes características:
• A espécie caracterizada por reprodução ovípara, apresenta a
nadadeira dorsal com I
acúleo e 8 a 9 raios e a anal, II - IV acúleos e 21 a 24 raios.
• A linha lateral é constituída de 30 à 32 escamas e o cuidado
parental é feito pelo
macho, que fica encarregado desde a formação do ninho reprodutivo até os três
primeiros dias de vida dos alevinos.
• Os machos possuem coloração mais vistosa e colorida com nadadeiras
maiores (Figura
1).
14
Figura 1. Machos adultos de Betta splendens.
• As fêmeas são menores e apresentam nadadeiras pequenas e quase sem coloração,
sendo mais evidente uma faixa transversal acentuada (Figura 2).
Figura 2. Fêmeas adultas de Betta splendens.
2.2. Classificação
Classe Osteichthyes
Subclasse Actinopterygii
Superordem Teleostei
Ordem Peciliformes
Subordem Anabantoidei
Família Osphronemidae
Subfamília Macropodinae
Gênero Betta
Espécie Betta splendens. Regan, 1909. (Fishbase. 2007)
15
Figura 3. Algumas espécies do gênero Betta. A) Betta akarensis B)
Betta fusca C) Betta
macrostoma D) Betta taeniata.
2.2. Importância econômica da espécie
Esses peixes apresentam excelentes valores comerciais sendo normalmente
comercializados em casal, onde o macho é quem determina o valor devido
aos aspectos
sexuais secundários, que pode variar de R$1,00 a 10,00/casal no atacado. Segundo
Nascimento (2003) um pequeno produtor de betas de Pernambuco chega a
produzir cinco mil
betas por mês, tendo um lucro mensal de R$ 3.000,00.
3. FISIOLOGIA DA DETERMINAÇÃO DO SEXO
Na aqüicultura os principais interesses para produção de machos são variados, de
acordo com a espécie cultivada, estando relacionado às características
ornamentais (GEORGE
e PANDIAN, 1995), maiores taxas de crescimento e controle da maturidade sexual
(HENDRY et. al., 2003).
16
As técnicas que visam à inversão sexual têm por objetivo o
aparecimento de caracteres
inerentes a um dos sexos, para a obtenção de fatores que otimizem a
produção: como atingir
um maior tamanho e peso, diminuição do tempo para atingir tamanho
comercial, proteção
contra o excesso de prolificidade, ou a obtenção de aspectos estéticos
mais valorizado
comercialmente, como é o caso da inversão sexual em peixes ornamentais (LEITE e
MENDES, 1999).
Embora o sexo genotípico seja estabelecido no momento da fertilização
do óvulo pelo
espermatozóide, a diferenciação do sexo fenotípico ocorre em etapas
posteriores do
desenvolvimento (TABATA, 2004). O sexo fisiológico dos peixes é determinado na
ontogênese por processo bioquímico controlado geneticamente e depende
do tipo primário de
gônada, ou seja, do sexo gonadal.
Os indivíduos são classificados em dois grupos quanto aos mecanismos
controladores
e determinantes do sexo: hermafroditas e gonocoristas. Neste trabalho
nos interessa os
gonocoristas, aqueles onde os testículos ou ovários são separados e
formam a gônada de um
peixe.
O gonocorismo pode ser diferenciado ou indiferenciado. Nos peixes gonocorísticos
indiferenciados as gônadas desenvolvem-se primeiro como estrutura
semelhante a dos
ovários, depois metade dos indivíduos desenvolve-se em machos e a
outra metade em fêmeas.
Nas espécies diferenciadas as gônadas desenvolvem-se diretamente em
ovários ou testículos
(YAMAZAKI, 1983).
17
Na maioria dos vertebrados, a diferenciação sexual começa com uma gônada
indiferente que consiste de um córtex e medula. Se a diferenciação
ocorrer na direção do
macho, há uma proliferação da medula e uma diminuição do córtex. Esse
não é o caso em
Betta splendens ou em teleósteos como um todo. Nesse peixe, um único
primórdio celular
cresce do epitélio peritoneal que corresponde unicamente ao córtex dos
outros vertebrados
(ARTZ, 1964).
Substâncias indutoras e hormônios foram postuladas como controladoras
da iniciação
do crescimento cortical no momento de diferenciação, pois a gônada
inicial possui caráter
bipotencial de formação dos dois sexos (LOWE e LARKIN, 1975). A
diferenciação sexual
das gônadas é bastante lábil nos primeiros dias de vida e a inversão
sexual pode ser facilmente
obtida através do fornecimento de estrógenos ou andrógenos na alimentação.
4. O HORMÔNIO NA INVERSÃO DE SEXO
Os esteróides mais usados atualmente para a inversão sexual em peixes
são o estrógeno
natural 17  -estradiol (E2) e o andrógeno sintético 17
 -metiltestosterona (MT) (PANDIAN e
SHEELA, 1995). Entretanto, como o MT é naturalmente convertido em E2
via aromatase
(BAROILLER, et. al., 1999).
Segundo Carvalho (1985) a indução à mudança de sexo em peixes com uso de
diferentes tipos de hormônios esteróides, vêm sendo pesquisada há
várias décadas. O
hormônio 17 alfa-metiltestosterona têm sido utilizado com excelentes
resultados no processo
da indução da reversão de sexo masculinizante em Tilapia áurea,
(GUERRERO III, 1975) e
em Sarotherodon niloticus, (TAYAMEN e SHELTON, 1978). Esses
pesquisadores, usando
18
doses de 30 ou 60 mg do hormônio 17 alfa-metiltestosterona por Kg de
ração, num período de
18 à 59 dias de tratamento, obtiveram linhagens com mais de 98% de
machos nessas espécies.
Nakamura e Iwahashi (1982), demonstraram a importância da idade das larvas (que
está relacionada com o tamanho) para o início do tratamento hormonal. Testando a
metiltestosterona entre 12h de nascidos até 10 dias de vida, durante
30 dias de tratamento, nas
doses de 50 e 100 mg/Kg de ração em larvas de Tilapia nilotica,
demonstrando que os
tratamentos iniciados entre 5 a 10 dias de vida continham indivíduos
machos, fêmeas e
intersexos e que os tratamentos iniciados com alevinos de 12h de
nascidos resultaram em
100% de indivíduos machos.
O hormônio masculinizante 17  -metiltestosterona, é usado freqüentemente em
pesquisas com peixes ornamentais, com o intuito de estimular o aparecimento das
características sexuais secundárias, já que estas características
darão o valor comercial do
peixe. Leite e Mendes (1999) testaram a viabilidade da inversão sexual
na criação de Guppy,
Poecilia reticulata e Arslan e Phelps (2003) observaram a
masculinização do peixe Bluegill
Lepomis macrochirus com o uso do hormônio 17 alfa-metiltestosterona,
sendo buscado nesses
peixes ornamentais as características secundárias masculinas.
A forma de inoculação do hormônio no peixe pode ser feita geralmente por duas
formas: a primeira e mais prática e feita através da mistura do
hormônio com a ração,
calculando a concentração pelo peso, sendo o hormônio absorvido no
trato digestório do
peixe. A segunda forma, que requer um pouco mais de trabalho, é a
imersão do peixe em água
contendo o hormônio, já que a substância será absorvida pelas brânquias.
19
De qualquer forma a concentração do hormônio, seja na ração ou na
água, é a chave
para a diferenciação do sexo nos peixes. Tabata (2004) afirma que para
a masculinização de
fêmeas de truta, doses de até 0,5 mg/Kg de hormônio na ração é eficaz
sendo fornecida
durante 60 dias. Cunha et. al. (2003), assim como Leite e Mendes
(1999) usaram doses de 20
mg/Kg em Guppy Poecilia reticulata por um período de 30 dias e
conseguiram a reversão de
100% dos peixes.
O tempo de duração do tratamento hormonal também influi bastante na
freqüência de
reversão. Shelton et al. (1981) afirmaram que a duração do tratamento
e a idade das larvas são
fatores mais críticos para o sucesso da inversão, além daqueles que
afetam diretamente o
crescimento (como a densidade e a temperatura).
20
Revista: Aquaculture Research
Titulo: Influência da idade do alevino na reversão sexual do Betta
splendens regan, 1909 por
imersão hormonal.
Title: Induction of masculinization in Siamese fighting fish by
hormonal immersion with
emphasis on labile period to sex reversal
Fernando Jun-ho Peixoto Kim1, Athiê Jorge Guerrea Santos2, Anita
Rademaker Valença,
George Nilson Mendes.
Institution: Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
Andress: Universidade Federal Rural de PernambucoR. Dom Manoel de
Medeiros, s/n - Dois
Irmãos 52171-900 - Recife/PE - F: (81) 3320.6011 E-mail:
reitoria@reitoria.ufrpe.br
Author: Fernando Jun-ho Peixoto Kim
Address: Rua: Romeu Jacobina, n°146, Ouro preto, Olinda – Pernambuco,
Brazil. CEP:
53370-800
Telephone: (55)81-3494-0104
e-mail address: Fernando_kim@hotmail.com
Suggested running title: Sex reversal of Betta splendens by 17
 -methiltestoterone hormonal
immersion, with special reference to labile period to sex reversal.
Indexing purposes: Betta splendens, Sex reversal, Testosterone,
hormonal immersion
21
RESUMO
Atualmente a biotecnologia tem se espalhado por todos os ramos da aqüicultura,
especialmente no que se refere às técnicas de reversão sexual. O macho
da espécie Betta
splendens apresenta coloração vibrante, corpo e nadadeiras maiores em
relação às fêmeas, o
que o torna tão procurado no comércio de peixes ornamentais. No
presente trabalho, foram
submetidos a imersão com 500 μg/L do hormônio 17  -metiltestosterona
(MT) durante 24h,
betas com 2, 4, 10, 30 dias pós eclosão e ovos, num total de 150
peixes por tratamento
inclusive o controle. Ao final do experimento os peixes em cada
tratamento foram separados,
pesados, medidos quanto ao comprimento total, determinados sexualmente
através dos
caracteres secundários externos e determinada a sobrevivência final.
Foi atingida uma
proporção de 100% de machos nos tratamentos hormonais, de acordo com
os caracteres
secundários fenotípicos. Os peixes tratados com hormônio apresentaram
baixo peso e
pequeno comprimento total. A sobrevivência foi considerada baixa para
os peixes tratados
com hormônio. O valor aproximado da idade inicial que poderia produzir
indivíduos machos
com maior peso e comprimento total seria de 19 dias de vida segundo os
modelos: Peso =
1.3389 + 0.0625*x-0.0016*x^2 R²= 67.38% e Comprimento total =
4.2647+0.1343*x-0.0035*x^2 R²= 40,50%
22
INTRODUÇÃO
Atualmente a biotecnologia tem se espalhado por todos os ramos da aqüicultura,
especialmente no que se refere a reprodução de peixes e manipulação de
suas proles. A
indução hormonal para a inversão sexual tem servido como uma valiosa
ferramenta para o
entendimento do processo de diferenciação sexual, bem como para a
produção de populações
monosexuais para a industria aquicultora (Pandian & Sheela, 1995).
A produção de proles monosexuais de peixes tem sido aplicada pela diferenciação
gonadal em alevinos por administração de esteróides exógenos (Arslan &
Phelps, 2003). Essa
administração de esteróides atualmente se faz na maioria dos casos por
inoculação do
hormônio na ração (George & Pandian, 1998; Hendry, Martin-Robichaud &
Benfey 2003;
Arslan & Phelps, 2003), banhos de imersão em água com hormônio
diluído(Andersen , et. al.
2003; Wassermann & Afonso 2003; Iwamatsu, et. al. 2006) e em alguns
casos por implantes
contendo doses hormonais (Benton & Berlinsky, 2006)
A busca na produção de proles mosexuais depende principalmente da
espécie de peixe
cultivada, devido aos atrativos comercias que ela oferece: podendo ser
pelo consumo da carne
ou apenas ornamentação em aquários. Muitas espécies de peixes
ornamentais exibem um
dimorfismo sexual e na maioria dos casos o macho possui coloração mais
evidente no corpo,
e tipicamente maior desenvolvimento nas nadadeiras, o que os tornam
mais preferidos sobre
as fêmeas pelos compradores (Piferrer, 2001).
O Betta splendens pertence a família Osphronemidae e são peixes territoriais com
característica agressivas, sobretudo entre os machos que podem lutar
até a morte. Mas, com
outra espécie este peixe pode se tornar tímido e dificilmente o agride
(Fishbase, 2007). Nas
variedades domésticas, o macho apresenta coloração vibrante e seu
corpo e nadadeiras são
maiores em relação as fêmeas, o que o torna tão procurado no comércio de peixes
ornamentais.
23
Pesquisas na tentativa de inversão sexual do Betta splendens foram feitas com
empenho por Kavumpurath & Pandian, 1993 e Kirankumar & Pandian 2002,
mas obtiveram
influência negativa dos tratamentos hormonais principalmente no
crescimento dos peixes. O
hormônio masculinizante 17  -metiltestosterona têm sido utilizado no
processo da indução a
inversão sexual em peixes ornamentais, mas no caso do beta, não se
atingiu ainda técnicas
para a produção de lotes 100% masculinos.
Estudos visando à inversão sexual através de indução hormonal, são de grande
aplicabilidade na aqüicultura ornamental. O presente trabalho,
portanto, investigou a
influência da idade inicial de tratamento do beta sobre a inversão,
com o uso do hormônio
(MT).
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Laboratório de Aqüicultura da UFPE. Os
tratamentos
hormonais consistiram de somente um banho por imersão durante 24h, com água na
concentração de 500 μg/L (Pandian & Sheela, 1995; Kirankumar &
Pandian, 2002) de 17
 -metiltestosterona (MT). A preparação da solução hormonal seguiu
metodologia descrita
por Kirankumar & Pandian (2002).
Para a reprodução do B. splendens, foi usada a técnica adaptada descrita por
Jaroensutasinee & Jaroensutasinee (2003). Os alevinos foram
alimentados ad libitum 2
vezes por dia com naúplios de artêmia. até 30 dias de vida e depois
com ração comercial.
O tratamento hormonal foi feito transferindo os alevinos para aquários
de 1L contendo
água com MT.
Cinco tratamentos, cada um de proles diferentes, foram utilizados, de
acordo com a idade
dos peixes: ovos fertilizados (0 dia de vida) larvas (2 dias de vida)
e pós-larvas com 4, 10 e
24
30 dias de vida pós-eclosão. Houve um grupo não tratado mantido como
controle. foram
usadas 3 réplicas e 150 peixes por tratamento, inclusive o controle.
Até o 30° dia de vida, os peixes foram mantidos em aquários de vidro
de 30x15x20 e
capacidade 9L sem aeração e nenhum filtro, com trocas parciais de água
a cada 2 dias.
Após o 30° dia os peixes foram transferidos para tanques de alvenaria
com capacidade de
3000L e cultivados até 140 dias de vida (Bustamante & Salas, 2002). Os
parâmetros
hidrológicos foram monitorados e medidos quanto à temperatura e concentrações de
amônia e pH.
Ao final do experimento, os peixes em cada tratamento foram separados,
pesados, medidos
quanto ao comprimento total, determinados sexualmente através dos
caracteres secundários
externos (Snekser, et. al.,2006) e determinada a sobrevivência final.
Para análise estatística dos dados e comparação das médias de peso e
comprimento foi
utilizado o teste não paramétrico KRUSKAL-WALLIS devido a não
normalidade dos dados,
e para a proporção sexual o teste de  2 ambos com   = 5%
(Calegari-Jacques, 2004).
RESULTADOS
Os parâmetros hidrológicos apresentaram-se estáveis e ideais para o
cultivo do beta
durante o tratamento hormonal com temperatura média de 28±1,5°C. Os machos do
tratamento controle foram significativamente maiores que os machos
revertidos de todos os
tratamentos hormonais quanto ao peso e ao comprimento total, ao final
de 140 dias de vida
(Tabela 1).
Todos os peixes tratados com hormônio apresentaram baixo peso e pequeno
comprimento total quando comparados aos machos do tratamento controle.
Apesar disso,
25
entre os tratamentos hormonais, os que obtiveram maior média de peso e
comprimento total
foram os peixes tratados por imersão aos 10° e 30° dia de vida (Tabela 1).
Tabela 01. Resultados da Sobrevivência e Médias de peso, comprimento
total, com seus
respectivos erros padrões, ao final dos tratamentos.
Início do tratamento em dias
Controle
(machos) 0 2 4 10 30
Peso (g)1 2.31±0.04a 1.3±0.02b 1.45±0.02b 1.64±0.01c 1.76±0.01d 1.76±0.01d
Comprimento total
(cm)1 6.47±0.07a 4.1±0.05b 4.66±0.03c 4.94±0.03d 5.12±0.04d 5.17±0.04d
Sobrevivência (%)2 73.3a 48b 50.7b 54.7b 58b 74a
Proporção de machos
(%)2 38.18a 100b 100b 100b 100b 100b
1- Letras diferentes diferem significativamente entre as médias de
cada parâmetro, segundo o teste
Kruskal-wallis,  =5%.
2- Letras diferentes diferem significativamente entre as proporções
observadas de cada parâmetro segundo
o teste de X2  =5%.
A sobrevivência foi significativamente menos para os peixes tratados
com hormônio com
exceção dos peixes com idade de 30 dias de vida, submetidos ao banho
hormonal. O gráfico
da Figura 1, mostra o aumento da sobrevivência em relação ao aumento
da idade inicial de
tratamento hormonal.
-5 0 5 10 15 20 25 30 35
Idade de iníco do tratameno em dias
48.0
50.7
54.7
58.0
74.0
Sobrevivência (%)
Sobrevivência = 49.4567+0.8286*x R²= 98.51%
Figura 1. Regressão linear da sobrevivência em relação a idade de inicio do
tratamento hormonal.
26
Foi atingida uma proporção de 100% de machos nos tratamentos
hormonais, de acordo
com os caracteres secundários fenotípicos apresentados pelos mesmos ao
final de 140 dias de
cultivo.
A regressão polinominal quadrática (Figura 2), demonstra a melhor
idade para inicio
do tratamento hormonal com a concentração usada nesse estudo. Através
do uso da derivação
mediante o modelo da regressão para o peso e comprimento total, a
melhor idade de inicio de
tratamento seria de aproximadamente 19 dias de vida.
-5 0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo de vida em dias
1.0
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
1.8
1.9
2.0
Peso (g)
3.0
3.2
3.4
3.6
3.8
4.0
4.2
4.4
4.6
4.8
5.0
5.2
5.4
5.6
5.8
6.0
6.2
Comprimento Total (cm)
Peso = 1.3389+0.0625*x-0.0016*x^2 R²= 67.38%
Comprimento total = 4.2647+0.1343*x-0.0035*x^2 R²= 40,50%
Peso
Comprimento total
Figura 2. Regressão polinominal quadrática do crescimento em relação ao
peso e comprimento total sobre a idade inicial de tratamento.
DISCUSSÃO
Em estudos de Kirankumar & Pandian (2002), Betas tratadas com doses de
500 a 1000
μg/L de hormônio MT com discretas imersões de 3h de duração no
segundo, quinto e oitavo
dia, apresentaram atrofiamento no seu crescimento. George & Pandian,
(1998) observaram
em Poecilia sphenops a diminuição do peso corporal em relação ao
aumento da concentração
de MT administrada através da ração.
27
Em nosso estudo, peixes tratados com 500 μg/L com um banho de 24h obtiveram
influencia negativa em seu crescimento quando comparados ao controle,
mas a atrofia foi
mais evidente nos tratamentos com peixe de 0 e 2 dias de vida.
O uso de esteróides na indução da masculinização é um processo mais
estressante que
a feminização, o que evidencia a alta mortalidade da prole ou seu
baixo crescimento (Pandian,
Sheela & Kavumpurath, 1994). Kirankumar & Pandian (2002) observaram
que o aumento da
dosagem de MT diminui a sobrevivência final em Betta splendens e Kim,
Nam & Jo (1997)
relataram que o aumento das dosagens de MT e o tempo de tratamento, diminuem a
sobrevivência em Misgurnus mizolepis. A idade inicial afetou a
sobrevivência nos betas
estudados, o que nos leva a crer que quanto mais novo o peixe
submetido ao tratamento
hormonal de imersão, menor será sua sobrevivência.
Em estudo de Andersen et. al. (2003); Wassermann & Afonso (2003) e Iwamatsu et.
al. (2006), o calculo da concentração hormonal é baseado no volume de
água e seu início e
duração segue a teoria que, o principio fundamental no controle sexual
em peixes é que o
tratamento precisa começar antes da diferenciação sexual das gônadas
(Yamamoto, 1969),
simplesmente porque com a não diferenciação, o caráter sexual
bipotêncial pode ser
explorado com o uso de terapia hormonal.
Kavumpurath & Pandian, (1993) administrando hormônio através da ração,
conseguiram a masculinização de indivíduos com 45 dias de vida. Apesar do uso de
concentração constante neste trabalho, as diferentes idades para
início do tratamento foram
postuladas como melhor forma de se achar o período de indiferenciação
gonadal. No presente
trabalho, todos os tratamentos hormonais apresentaram proles com 100%
de machos, o que
nos leva a crer que até o 30° dia de vida, as gônadas em Betta
splendens estejam ainda
indiferenciadas.
28
Fatores como o tipo de esteróide usado, sua dosagem, forma de
inoculação, o tempo
de começo e término do tratamento (Piferrer, 2001) e a temperatura
(Karayucel1, Ak &
Karayucel1, 2005), são fundamentais para a reversão sexual. A maioria
das técnicas não leva
em conta a biomassa do peixe tratado e seu estado de desenvolvimento
fisiológico interno. A
concentração de hormônio está diretamente ligada a idade inicial de
tratamento não só pelo
caráter gonadal indiferenciado, mas também pela biomassa apresentada
pelas larvas e póslarvas
e seu desenvolvimento fisiológico interno.
Por se tratar de um peixe de porte pequeno e ovulíparo, hormônios
esteróides podem
promover uma alta mortalidade e ou influenciar negativamente o
crescimento do beta quando
administrados a individuos com idades inferiores à 30 dias. O valor
aproximado da idade
inicial para o tratamento com 500 μg/L e banho de MT de 24h, que
poderia produzir
indivíduos machos com maior peso e comprimento total, seria de 19 dias
de vida. Contudo,
Lowe e Larkin (1975) evidenciaram o caráter bipotêncial das gônadas de
fêmeas de betas
adultas. Possivelmente a reversão sexual do beta poderia ser aplicada
em indivíduos mais
velhos, não usando banhos discretos, e sim uma administração continua
dos hormônios para
os peixes por mais tempo.
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Regan, 1909.
Title: running title: Growth and reproductive behavior responses in
Siamese fighting fish
adult female treat with 17  -methiltestosterone.
Fernando Jun-ho Peixoto Kim1, Athiê Jorge Guerrea Santos2,
Institution: Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
Andress: Universidade Federal Rural de Pernambuco R. Dom Manoel de
Medeiros, s/n - Dois
Irmãos 52171-900 - Recife/PE - F: (81) 3320.6011 E-mail:
reitoria@reitoria.ufrpe.br
Author: Fernando Jun-ho Peixoto Kim
Address: Rua: Romeu Jacobina, n°146, Ouro preto, Olinda – Pernambuco,
Brazil. CEP:
53370-800
Telephone: (55)81-3494-0104
e-mail address: Fernando_kim@hotmail.com
Suggested title: Efects of 17  -methiltestosterone on adult female of
Siamese fighting fish.
Indexing purposes: Betta splendens, Hormonal masculinization, Growth,
methiltestosterone.
31
RESUMO
Os motivos para o controle sexual em peixes são diferenças de
crescimento entre os
sexos, controle de população e características ornamentais. O uso de
hormônios andrógenos e
seus efeitos em fêmeas de Betta splendens adultas ainda são desconhecidos. Três
concentrações de 17  -metiltestosterona (MT) foram usadas (10, 30 e 60mg/Kg),
administradas na alimentação de fêmeas durante 90 dias. Os parâmetros
analisados foram:
peso, comprimento total e comprimento das nadadeiras caudal, dorsal,
ventral e anal. Para a
análise comportamental foram foi observado o número de aberturas do
opérculo, mordidas,
perseguições e rabadas que os machos do tratamento controle e fêmeas
tratadas com
hormônio faziam sobre as fêmeas. Todos os tratamentos hormonais
apresentaram médias
iguais entre si e diferentes significativamente maiores para os
parâmetros observados de
crescimento, em relação ao controle. Não houve diferenças
significativas entre as
sobrevivências. A comparação entre as regressões demonstrou o melhor
crescimento para o
tratamento de 30mg/Kg. Quanto aos parâmetros comportamentais, a
abertura de opérculo e a
perseguição não apresentaram diferenças. Para os produtores de beta,
essa técnica pode ser
utilizada ao invés da reversão.
32
INTRODUÇÃO
No mundo, as técnicas de produção de proles monosexuais de peixes,
através do uso
de hormônios, é bastante difundida. Os motivos para o controle sexual
em peixes são
principalmente: diferenças de crescimento entre os sexos, controle de
população (Schmelzing
e Gall., 1991; Abucay e Mair,1997; Wassermann e Afonso 2003) e características
ornamentais (Low, et. al., 1994; Arlan e Phelps, 2003; Turan, Çek e Atik, 2005).
O controle sexual é tipicamente realizado por exposição do peixe indiferenciado
sexualmente a esteróides exógenos. Esses tratamentos duram dias, meses
ou anos, e os
resíduos de esteróides desaparecem em menos de um mês após o fim do
tratamento (Piferrer,
2001).
Em alguns casos, o uso de esteróides na indução da masculinização é um processo
mais estressante que a feminilização, o que evidencia a alta
mortalidade da prole ou seu baixo
crescimento (Pandian, Sheela e Kavumpurath, 1994). Para o peixe Betta
splendens, a prática
de técnicas de reversão sexual com uso de hormônios masculinizantes
obteve baixos
crescimentos, apesar de uma taxa de machos próxima de 100% (Pandian, Sheela e
Kavumpurath, 1994; Kirankumar e Pandian, 2002).
As características mais procuradas no beta são seu comportamento
pacífico com outras
espécies de peixes e sua coloração. Nas variedades domésticas, o macho
apresenta coloração
vibrante e seu corpo e nadadeiras são maiores em relação as fêmeas. O
uso do hormônio 17  -
33
metiltestosterona (MT), tem ação anabólica e androgênica em peixes,
porém, seus efeitos no
crescimento e comportamento reprodutivo, em fêmeas de betas adultas ainda são
desconhecidos.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada no Laboratório de Aqüicultura da Universidade
Federal de
Pernambuco de maio a julho de 2007. Os exemplares fêmeas de B.
splendens foram obtidos
através de criador comercial, com idade em torno de 140 dias de vida.
Para analisar os efeitos do hormônio 17  -metiltestosterona (MT) em fêmeas de B.
splendens, três concentrações foram usadas (10, 30 e 60 mg/Kg), administradas na
alimentação dos peixes durante 90 dias, Havendo também um grupo não
tratado mantido
como controle. Foi utilizada ração comercial, com PB=55%, usando
metodologia descrita
Hendry, Martin-Robichaud e Benfey (2003) para diluição do hormônio na ração.
Cada tratamento foi composto por 30 réplicas, cada réplica era composta de uma
fêmea, colocada separadamente em recipientes de plástico transparente
com uso útil de 1.5L,
para evitar brigas entre os peixes. A ração foi oferecida 3 vezes ao
dia (10h, 12h, 14h) ad
libitun e o fotoperíodo natural de (12C:12E). A cada 3 dias eram
feitas a limpeza e troca total
da água dos recipientes.
Realizou-se uma biometria inicial com a finalidade de homogeneizar os parâmetros
iniciais quanto as diferenças significativas entre os tratamentos.
Mais 3 biometrias realizadas
a cada 30 dias até o final do experimento, totalizando de quatro
biometrias. Os parâmetros
analisados para determinação do crescimento foram: peso, comprimento
total e comprimento
das nadadeiras caudal, dorsal, ventral e anal.
34
Para a análise comportamental reprodutiva foram selecionados 10
indivíduos de cada
tratamento hormonal, ao final dos 90 dias de tratamento, e colocados
separadamente em
aquários de vidro (30x15x20 e capacidade utilizada de 4L) sem aeração
e filtro, segundo
método descrito para reprodução da espécie por Jaroensutasinee e
Jaroensutasinee (2003).
Dez machos normais adultos foram usados como controle.
No mesmo dia, ao final da tarde, eram colocadas em cada aquário uma fêmea adulta
normal separada do macho (tratamento controle) e uma fêmea
masculinizada, separada da
fêmea normal (tratamentos hormonais). A fêmeas foram separadas por divisórias
transparentes, com finalidades de evitar brigas. Na manhã seguinte
eram retiradas as
divisórias e contados durante 15 minutos o número de aberturas do
opérculo, mordidas,
perseguições e rabadas que os machos normais e fêmeas masculinizadas,
faziam sobre as
fêmeas normais (Jaroensutasinee e Jaroensutasinee 2003). Levou-se em
conta também a
produção do ninho de bolhas e o sucesso na reprodução.
Para análise estatística dos dados foram utilizados os testes ANOVA
complementado
com teste de Tukey, ANCOVA e  2 para sobrevivência e proporções
observadas, todos com
= 5%. Para comparação do crescimento foi utilizada Regressão
polinominal quadrática.
RESULTADOS
Ao final de 90 dias de cultivo, todos os tratamentos hormonais
apresentaram médias
diferentes significativamente maiores em relação ao tratamento
controle, segundo o teste
ANOVA, para os parâmetros de peso, comprimento total e comprimento de todas as
nadadeiras (Tabela 1). Quanto a sobrevivência, não houve diferenças
significativas entre
todos os tratamentos de acordo com o teste de X2 (Tabela 1).
Tabela 1. Resultados da Sobrevivência e Médias de peso, comprimento
total e nadadeiras com
seus respectivos erros padrões, ao final dos tratamentos.
Comprimento das
35
Nadadeiras (cm)
Sobrevivência
(%)2 Peso (g)
Comprimento
Total (cm) Caudal Dorsal Ventral Anal
Controle 96.67a 1.72±0.04a1 5.03±0.04a 1.24±0.03a 1.02±0.04a
1.03±0.06a 1.07±0.04a
10mg/Kg 96.67a 2.32±0.06b 6.56±0.13b 2.55±0.06b 2.10±0.06b 1.75±0.04b 2.26±0.04b
30mg/Kg 96.67a 2.24±0.06b 6.48±0.10b 2.57±0.07b 2.08±0.07b 1.84±0.06b 2.23±0.06b
60mg/Kg 93.33a 2.23±0.05b 6.56±0.07b 2.5±0.06b 2.15±0.05b 1.73±0.08b 2.14±0.05b
1- Letras diferentes diferem significativamente entre as médias de
cada parâmetro segundo ANOVA,
complementado com teste de Tukey  =5%.
2-Letras iguais não diferem significativamente entre as sobrevivências
segundo o teste de X2  =5%.
As quatro biometrias foram usadas para a construção de regressões de
crescimento de
peso e comprimento total para todos os tratamentos. A comparação entre
as regressões duas a
duas(MENDES, 1999) foi feita a fim de evidenciar a que demonstrou o
melhor crescimento,
sendo a curva do tratamento de 30mg/Kg a que obteve melhores
crescimentos de peso e
comprimento total (Figura 1).
-20 0 20 40 60 80 100
Tempo em Dias
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
2.2
2.4
2.6
2.8
3.0
Peso (g)
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
6.5
7.0
7.5
Comprimento Total (cm)
Peso = 1.5187+0.0152*x-5.948E-5*x^2 R²= 63,73%
Comprimento total = 4.7335+0.0346*x-0.0001*x^2 R²= 81,20%
Peso
Comprimento total
Figura 1. Regressões polinominais quadrática do crescimento em relação ao peso e
comprimento total do tratamento 30mg/Kg.
A curva da regressão polinominal quadrática da Figura 2, demonstra a melhor
concentração de hormônio para se atingir maiores médias de peso e
comprimento total. De
36
acordo com o calculo de derivação do modelo estatístico, a melhor
concentração de hormônio
na ração para ambos os parâmetros, seria de aproximadamente 32 mg/Kg.
-10 0 10 20 30 40 50 60 70
Concentração de MT (mg/Kg)
1.4
1.6
1.8
2.0
2.2
2.4
2.6
2.8
3.0
3.2
Peso (g)
4.6
4.8
5.0
5.2
5.4
5.6
5.8
6.0
6.2
6.4
6.6
6.8
7.0
7.2
7.4
7.6
Comprimento Total (cm)
Peso = 1.9271+0.0341*x-0.0005*x^2 R²= 39.28%
Comprimento Total = 5.4127+0.0972*x-0.0015*x^2 R²= 61.18%
Peso
Comprimento Total
Figura 2. Regressão polinomial quadrática, para peso e comprimento
total em relação a
concentração de MT.
Quanto aos parâmetros comportamentais analisados, a abertura de opérculo e a
perseguição, não apresentaram diferenças significativas entre todos os
tratamentos segundo a
ANOVA. Para mordidas o único tratamento diferente do controle foi o de
30mg/Kg e para a
rabada, somente o tratamento de 60mg/Kg foi significativamente igual
ao controle (Tabela 2).
A produção de ninho de bolhas não foi diferente significativamente
entre o controle e
o tratamento de 10mg/Kg e o sucesso na reprodução só foi atingido no
tratamento controle,
com a desova de 5 proles (Tabela 2), todos segundo o teste X2.
Tabela 2. Médias dos parâmetros comportamentais analisados e seus
respectivos erros
padrões.
Abertura do
Opérculo Mordida Rabada Perseguição
Produção
de Ninho2
Sucesso na
Reprodução2
Controle 20.9 ±1.20ª1 7.3 ±0.82ª 6.3 ±0.92ª 13.8 ±2.10ª 10ª 5a
10mg/Kg 21.9 ±3.91ª 3.3 ±0.90ab 2.7 ±0.79b 12.7 ±2.59ª 9ab 0b
30mg/Kg 19.1 ±2.61ª 3 ±0.98b 2 ±0.65b 11.3 ±2.33ª 4c 0b
60mg/Kg 23.9 ±4.97ª 5 ±1.58ab 3.3 ±1.10ab 13 ±3.93ª 7bc 0b
1- Letras diferentes diferem significativamente entre as médias de
cada parâmetro segundo ANOVA,
complementado com teste de Tukey  =5%.
37
2- Letras diferentes diferem significativamente entre as proporções
observadas de cada parâmetro segundo o
teste de X2  =5%.
Quanto aos parâmetros comportamentais observados, não houve diferenças
significativas para a rabada e perseguição, somente o tratamento de
10mg/Kg foi igual
significativamente ao controle para as mordidas e nenhum tratamento
hormonal foi igual ao
controle para a abertura de opérculo (Tabela 3).
Tabela 3. Coeficientes de variação para os parâmetros comportamentais.
Abertura do
Opérculo Mordida Rabada Perseguição
Controle 18.11%a1 35.4%a 46.16%a 48.16%a
10mg/Kg 56.52%b 85.77%ab 92.47%a 64.4%a
30mg/Kg 43.21%b 103.04%b 102.74%a 65.17%a
60mg/Kg 65.7%b 100.22%b 105.02%a 95.53%a
1- Letras diferentes diferem significativamente entre as covariâncias
de cada parâmetro segundo ANCOVA
 =5%.
DISCUSSÃO
Pesquisas com o peixe Betta splendens tem demonstrado os efeitos do
hormônio metiltestosterona
(MT) na produção de proles monossexuais masculinas, que em geral atingem
taxas de reversão próximas a 100%, mas com influências negativas no
crescimento e
sobrevivência dos indivíduos (Kavumpurath e Pandian 1993; Kirankumar e
Pandian 2002). A
masculinização de fêmeas adultas no presente estudo demonstrou um alto
grau de influência
nas características sexuais secundárias, bom crescimento e baixa mortalidade.
Sabe-se que o hormônio testosterona pode aumentar o crescimento na maioria dos
vertebrados, mas retarda o crescimento em outras (Cox e John-Alder
2005). Os parâmetros
aqui observados tais como peso, comprimento total e comprimento das
nadadeiras das fêmeas
tratadas com o MT apresentaram-se maiores que as fêmeas do controle.
O anabolismo que a testosterona propicia é o estado diferenciado de acúmulo de
nitrogênio, que pode estar associado a produção de proteínas (Kuhn
2002). Certamente, os
efeitos androgênicos do hormônio MT possibilitaram um aumento do SSD
(Sexual Size
38
Dimorphism) das fêmeas adultas tratadas, deixando as com fenótipos
secundários masculinos
bastante expressivos.
Altas doses de MT, porém, podem comprometer o crescimento e sobrevivência de
peixes (Pandian, Sheela e Kavumpurath 1994; Pandian e Sheela 1995;
Kirankumar e Pandian
2002). As regressões polinominais demonstraram que os melhores resultados em
masculinização fenotípica em fêmeas adultas de beta podem ser
alcançados com doses entre
30 e 32 mg/kg do MT.
Aspectos comportamentais na reprodução (Jaroensutasinee e Jaroensutasinee 2001;
Jaroensutasinee e Jaroensutasinee 2003; Snekser, McRobert e Clotfelter
2006) e da
agressividade (Halperin et. al. 1998; Higa e Simm 2004; Verbeek,
Iwamoto e Murakami
2007) foram amplamente estudados. Com base nesses estudos, o presente
experimento
demonstrou que fêmeas adultas tratadas com MT apresentaram aspectos
comportamentais
reprodutivos de machos.
Observou-se uma maior heterogeneidade nos parâmetros comportamentais analisados
para as fêmeas tratadas com MT, quando comparadas a machos normais
durante o período
reprodutivo. Não houve, porém, o sucesso do ato reprodutivo e desova das fêmeas
masculinizadas, provavelmente devido a uma não-mudança morfológicas de
suas gônadas.
Poucos são os trabalhos científicos sobre a influência de esteróides sexuais na
expressão fenotípica de vertebrados. Em seres humanos, a tentativa de
indução das
características sexuais trans-gêneros em transexuais com o uso de
hormônios, geralmente
homens e mulheres normais em idade adulta, biologicamente
diferenciados, é incompleta
(Assheman e Gooren 1992).
A alta labilidade gonadal apresentada pelo beta (Lowe, Larkin 1975),
provavelmente
não se assemelhou a de peixes, que por influencia ambiental, mediada
por inputs fisiológicos,
controlam a mudança de sexo em indivíduos adultos (Benton e Berlinsky 2006).
39
O presente trabalho demonstrou que, a masculinização fenotípica de
fêmeas adultas
por meio do andrógeno 17 -metiltestosterona foi bastante eficiente no
peixe beta, ao contrário
das reversões sexuais tradicionais por inclusão do hormônio na ração
ou por imersão na água.
As fêmeas masculinizadas apresentaram fenótipos e comportamentos masculinos,
deixando-as mais atraentes e conseqüentemente mais valorizadas no
comércio de peixes
ornamentais. Produtores ligados ao ramo da piscicultura ornamental,
que buscam aumentar os
seus lucros, podem usar facilmente esta técnica de masculinização
fenotípica do beta descrita
no presente trabalho.
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41
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A técnicas de inversão sexual e masculinização utilizando o hormônio 17  -
metiltestosterona, são utilizadas para peixes de corte em todo o
mundo. As mesmas técnicas
podem ser aplicadas na aqüicultura ornamental, com o intuito de
melhorar as características
fenotípicas dos peixes e assim possibilitar um aumento nos lucros dos
produtores. A inversão
sexual do beta foi possível, apesar do hormônio ter interferido no
crescimento dos mesmos, o
que pode ser mito proveitoso do ponto de vista fisiológico, mas não
comercial devido a
mortalidade e baixo crescimento. A continuidade na segunda pesquisa
procurou uma forma de
masculinizar fêmeas adultas ao ponto que não se diferenciassem as
mesmas de um macho
normal. Isso foi atingido, dando de certa forma um respaldo para os
produtores, que podem
usar essa técnica em suas proles de fêmeas.
42
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45
ANEXOS
Aquaculture Research
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a footnote)
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correspondence and proofs should be sent
a suggested running title of not more than 50 characters, including spaces
four to six keywords for indexing purposes
Main text. Generally, all papers should be divided into the following
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Introduction, (3)
Materials and Methods, (4) Results, (5) Discussion, (6)
Acknowledgments, (7) References,
(8) Figure legends, (9) Tables, (10) Figures.
The Results and Discussion sections may be combined and may contain
subheadings. The
Materials and Methods section should be sufficiently detailed to
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figures in the text should
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Units and spellings. Systeme International (SI) units should be used.
The salinity of sea
water should be given as gL-1. Use the form gmL-1 not g/ml. Avoid the
use of g per 100 g,
for example in food composition, use g kg-1. If other units are used,
these should be defined
on first appearance in terms of SI units, e.g. mmHg. Spelling should
conform to that used
in the Concise Oxford Dictionary published by Oxford University Press.
Abbreviations of
chemical and other names should be defined when first mentioned in the
text unless they are
commonly used and internationally known and accepted.
46
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the authority with
correct taxonomic disposition, should be given when organisms are
first mentioned in the
text and in tables, figures and key words together with authorities in
brackets, e.g. 'rainbow
trout, Oncoryhnchus mykiss (Walbaum)' but 'Atlantic salmon Salmo salar
L.' without
brackets. For further information see American Fisheries Society
Special Publication No. 20,
A List of Common and Scientific Names of Fishes from the United States
and Canada.
Carry out and describe all appropriate statistical analyses.
References (Harvard style). References should be cited in the text by
author and date, e.g.
Lie & Hemre (1990). Joint authors should be referred to in full at the
first mention and
thereafter by et al. if there are more than two, e.g. Hemre et al. (1990).
More than one paper from the same author(s) in the same year must be
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a, b, c, etc. placed after the year of publication. Listings of
references in the text should be
chronological. At the end of the paper, references should be listed
alphabetically according to
the first named author. The full titles of papers, chapters and books
should be given, with the
first and last page numbers.
Chapman D.W. (1971) Production. In: Methods of the Assessment of Fish
Production in
Freshwater (ed. by W.S. Ricker), pp. 199-214. Blackwell Scientific
Publications Ltd, Oxford.
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Authors are responsible for the accuracy of their references.
References should only be cited
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